O “South China Morning Post” publicou hoje a história desses meninos, que se inspiraram na situação vivida por milhares de trabalhadores do lar na cidade
Xangai (China) – Três alunos de 12 anos de uma escola de Hong Kong projetaram um aplicativo para telefones celulares que permite às vítimas de tráfico humano recolher e armazenar evidências de maus tratos até que encontrem a forma e o momento de ir à polícia.
O jornal “South China Morning Post” publicou hoje a história desses meninos, da Escola Internacional de Canadá em Hong Kong, que se inspiraram na situação vivida por milhares de trabalhadores do lar na cidade.
“Pensamos que, devido a que a maioria das vítimas do tráfico de pessoas em Hong Kong são ajudantes domésticos, poderia fazer-se um aplicativo para ajudá-los”, disse um dos meninos, Yuan Tseng.
O programa se chama Safe House Smartphone e permite às vítimas do tráfico humano recolher e armazenar as provas dos ataques a seus direitos.
Uma de suas funções se chama “evidência” e com ela a vítima “pode escrever um problema como ‘não há comida suficiente’ e depois fazer uma foto “que o mostre”, explicou Jem Wilson, outro dos criadores. Outra das funções é o “registro de pagamento, pelo qual a pessoa escreve quanto recebe e a data”.
Segundo um estudo publicado no ano passado pela organização local de direitos humanos Justice Center, um de cada seis ajudantes domésticos em Hong Kong foi vítima de trabalhos forçados. Se calcula que nesta cidade haja cerca de 330 mil trabalhadores do lar.
Os alunos, que criaram o aplicativo como parte de um trabalho escolar, disseram que queriam acrescentar mais funções, melhorar seu projeto e colocá-lo nos portais virtuais de downloads de aplicativos para que os trabalhadores domésticos possam começar a usá-lo.