Marta Maria dos Santos foi arremessada depois de o coletivo passar por quebra-molas, em abril. Amigos tiveram que fazer vaquinha para pagar medicação, diz vítima.
No último dia 12, a auxiliar de cozinha Marta Maria dos Santos, de 49 anos, ficou paraplégica após ser “arremessada” ao teto e cair sentada em um ônibus em Ceilândia, no Distrito Federal – o motorista não viu um quebra-molas, e passou por cima sem frear. Passado quase um mês do acidente, a mulher afirmou ao G1 que enfrenta grandes dificuldades, e não está recebendo ajuda adequada da empresa.
O acidente ocorreu em uma pista da QNO 17, em Ceilândia Norte. Segundo testemunhas, o quebra-molas era recém-construído e não estava sinalizado com pintura de asfalto, nem com placas. Marta Maria passou sete dias internada e, mesmo após a alta, não conseguiu retomar a rotina.
Procurada pela reportagem, a Viação Marechal informou que “está dando toda a assistência à vítima”. A empresa disse também que providenciou a medicação que foi recomendada à passageira e que vem arcando com o salário de R$ 1,1 mil que a auxiliar de cozinha perdeu depois do acidente.
Por causa do impacto, Marta Maria quebrou uma vértebra e precisou colocar 11 pinos na coluna. “De uma hora para a outra, a minha vida mudou. Perdi o meu emprego, tive que me mudar para um lote menor e vivo em uma cama”, disse Marta.
A recomendação médica, segundo a família da vítima, era fazer fisioterapia logo após a alta do Hospital Regional do Paranoá, onde fez a cirurgia. A paciente diz que entrou em contato com a Marechal mas, até a noite desta segunda (8), não tinha resposta sobre o atendimento.
Ainda segundo Marta, amigos fizeram uma vaquinha para juntar o dinheiro necessário para custear as injeções que ela precisa tomar diariamente. “Todo o tratamento custa R$ 4,6 mil e vai durar três meses. Sem as doses, poderia desenvolver trombose”, diz.
A Viação Marechal indicou que têm os comprovantes dos pagamentos feitos à família de Marta.
O caso
Marta estava sentada no fundo do ônibus quando foi arremessada ao teto do coletivo. Testemunhas apontaram que o motorista da Viação Marechal não viu a lombada, que é nova, e passou sem frear. No dia do acidente, não havia nenhum tipo de pintura ou placa alertando para o quebra-molas.
Imagens das câmeras de segurança de um supermercado, que fica em frente ao local, gravaram as obras da lombada, que foram concluídas na semana do caso (veja acima). Durante o trabalho, os operários controlavam o trânsito.
A Novacap, responsável pela sinalização, reconheceu que a lombada não tinha sido pintada. Explicou que o quebra-molas foi construído de acordo com as normas do Detran, mas “a pintura só poderia ser feita três dias depois do fim das obras, quando o asfalto está em condições de receber a tinta”.
Fonte G1