Ele é apontado como elo entre hospital e empresa fornecedora de material. Profissional ficou 8 meses detido e está impedido de sair do DF ou frequentar hospitais.
Justiça do Distrito Federal concedeu liberdade provisória ao funcionário administrativo Antônio Márcio Catingueiro Cruz, que trabalhava no hospital Home e é acusado de participar do esquema conhecido como “máfia das próteses”. Apontado como elo entre um hospital e a empresa fornecedora de material médico superfaturado, ele estava preso havia oito meses de forma preventiva (por tempo indeterminado).
Apesar da soltura, ele vai precisar se sujeitar a algumas regras: comparecimento mensal à Justiça, proibição de ir a estabelecimentos médicos ou que forneçam produtos médicos (a menos que seja para a própria saúde), proibição de manter contato com testemunhas, de sair do DF e sair à noite e aos fins de semana. Ele também fica afastado do trabalho até o fim do processo.
Como argumento, a defesa de Cruz alegou que não estavam mais presentes os requisitos para manutenção da prisão. Para o juiz do caso, cabe a liberdade provisória devido ao tempo em que ele está detido. Se condenado a prisão, o juiz deverá “abater” os oito meses que ele ficou preso da pena final.
Entenda o caso
De acordo com a polícia e o Ministério Público, o esquema investigado na operação “Mr. Hyde” movimentou mais de R$ 30 milhões nos últimos cinco anos. Segundo as investigações, estima-se que “centenas” de pacientes tenham sido lesados pelo esquema.
Pelas informações do inquérito, a atuação envolvia cirurgias desnecessárias, superfaturamento de equipamentos, troca fraudulenta de próteses e uso de material vencido em pacientes é “milionário”. As pessoas e empresas citadas negam irregularidade.
Existem casos de cirurgias sabotadas para que o paciente fosse continuamente operado, gerando lucro para o esquema, dizem os investigadores. Os médicos também supostamente destinaram produtos vencidos para os pacientes, trocando produtos mais caros por mais baratos. Na casa de um deles, foram encontrados R$ 51 mil. Em outras casas, foram achados R$ 100 mil, US$ 90 mil e cédulas de euros
Ainda segundo a polícia, uma testemunha que tentou denunciar o esquema sofreu tentativa de homicídio. “Deixaram um fio-guia de 53 cm na jugular de uma paciente para matá-la.”