Material chegava de Goiás a cada 15 dias. Um dos ‘clientes’ era taxista que morreu baleado em posto da 309 Norte, diz delegado.
Polícia Civil do Distrito Federal prendeu três suspeitos de tráfico de drogas interestadual, com 75 quilos de maconha prensada. Segundo o delegado-chefe da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord), Rodrigo Bonach, o produto chegava da capital goiana a cada 15 dias por meio de um dos detidos, que fazia o transporte.
Ele foi preso em flagrante na última quarta-feira (31) no estacionamento de um supermercado em Vicente Pires, onde a maconha era entregue ao principal traficante, de 40 anos, responsável pela interceptação e redistribuição na Asa Norte.
Este outro foi preso dentro do apartamento, na 211 Norte, e autuado por “tráfico interestadual de drogas” e “associação para o tráfico de drogas”, cujas penas somadas podem variar de 9 a 40 anos de prisão, de acordo com o delegado.
No apartamento também foram apreendidos uma pistola com munição, balança de precisão, três veículos e R$ 9 mil em espécie.
Ele também é dono dois imóveis em Águas Claras comprado com dinheiro do tráfico, “já que não tinha outra fonte de renda”, disse Bonach.
Segundo o delegado, no ano passado, o traficante chegou a fazer o concurso da Polícia Civil de Goiás para o cargo de escrivão, mas foi reprovado porque tinha passagem por posse de drogas em 2003.
O delegado afirmou que um dos traficantes para o qual a droga era revendida era o “taxista” que morreu baleado no posto da 309 Norte em abril durante troca de tiros. Segundo a polícia, foram necessários mais de dois meses de investigação para desarticular o esquema de tráfico de drogas.
Uma quitinete na comercial da 411 Norte, onde morava uma mulher que também foi presa na última quarta, funcionava como depósito da droga. Ela responde por “associação no tráfico de drogas” e pode ficar presa de 3 a 10 anos.
Tráfico interestadual
Antes de chegar a Goiânia, a maconha vinha de Ponta Porã e outras regiões de fronteira entre Mato Grosso e o Paraguai – “maior produtor de maconha da América Latina”, segundo Rodrigo Bonach.
“Goiânia é considerada um polo distribuidor de drogas no estado, é tida como um atacadista, um entreposto de maconha.”