Após a derrubada de Mohamed Morsy da Presidência do Egito, o Conselho Supremo das Forças Armadas (Scaf, pela sigla em inglês) iniciou uma ação contra integrantes da Irmandade Muçulmana, organização política à qual pertence o mandatário deposto. Enquanto Adly Mansour, presidente da Suprema Corte Constitucional que foi indicado pelos militares a assumir o comando da nação interinamente, jurava proteger a república e prometia incluir todas as forças políticas no período de transição, mais de 300 mandados de prisão contra partidários islamitas foram emitidos.
Em resposta à ação militar, a Irmandade Muçulmana e a Aliança Nacional de Defesa da Legitimidade conclamaram o “povo egípcio a tomar as ruas de todas as províncias pacificamente” contra as prisões e o “golpe militar”, nesta sexta-feira (5/7). A mobilização dos simpatizantes de Morsy foi batizada de “Sexta-feira da Rejeição”.
Mohamed Badie, líder Supremo da Irmandade Muçulmana, teria sido detido por incitar a morte de manifestantes que vandalizaram a sede da organização no domingo, durante os protestos pela saída de Morsy. De acordo com a agência France-Presse, uma fonte judicial indicou que audiências com líderes islamitas serão realizadas a partir de segunda-feira, com o objetivo de investigar “insultos à Justiça”. O presidente deposto, que estaria preso “de maneira preventiva” em uma dependência do Ministério da Defesa, também deverá ser interrogado e existe a possibilidade de responder a um processo.