Projeto liderado pela Fecomércio-DF tem como objetivo tornar a capital federal porta de entrada para os turistas que visitam o Centro-Oeste nas festas de fim de ano
Brasília quer atrair investidores para abrir oportunidades ao turismo. O setor pretende investir em grandes eventos no Distrito Federal, além de tornar a capital porta de entrada para os turistas que visitam o Centro-Oeste. Com o objetivo de impulsionar esse projeto, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF) lança, hoje, o Natal em Brasília, com a apresentação conceitual da proposta e de maquetes. A ideia é atrair mais visitantes durante as festas de fim de ano. Será construída a Vila de Natal e haverá espetáculos teatrais na Esplanada dos Ministérios, além de shows e atrações artísticas na Torre de TV, no Museu da República e no Eixo Monumental.
“Com valor estimado em mais de R$ 5 milhões, a programação leva a assinatura de Rodrigo Cadorin, diretor artístico do Natal em Gramado (RS), e do cenógrafo Abel Gomes, responsável pela cenografia da Olimpíada Rio — 2016 e pela árvore de Natal da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro”, destaca o presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana. Gramado recebe mais de 2 milhões de visitantes nessa época do ano. “É claro que já estamos fazendo articulação com todos os nossos parceiros, de forma a viabilizar o projeto”, acrescenta Adelmir. Segundo ele, no evento de hoje, são esperados cerca de 50 empresários dos setores de aviação, hotelaria, turismo, além do governador do DF, Rodrigo Rollemberg.
Ainda de acordo com o presidente da entidade, a proposta tem como objetivo reanimar o setor de turismo em toda a região Centro-Oeste. As atividades turísticas no Distrito Federal cresceram 4,4% entre março e abril deste ano, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com o mesmo período do ano anterior, Brasília teve a segunda pior variação do país, com rendimento negativo de 21,2%, ficando à frente apenas do Espírito Santo. “Por isso, ações voltadas para dar um novo fôlego ao setor neste ano são bem-vindas entre os empresários”, afirma Santana.
O diretor da agência de Prestheza Turismo, Yoshihiro Karashima, considera necessário aumentar a divulgação dos atrativos turísticos de Brasília e de toda a região próxima, como Pirenópolis e Chapada dos Veadeiros, em Goiás. Karashima se queixa de que o público diminuiu muito nos últimos anos. “Até o fim da década de 1990, nosso fluxo de visitantes chegava a 3 mil mensais. Hoje, chega a 600 pessoas por mês”, observa. Para ele, ações estruturadas de médio e longo prazo são fundamentais, assim como a participação mais efetiva de parceiros do setor em feiras nacionais e internacionais.
Para o presidente da Fecomércio, Brasília deve ser percebida como a porta de entrada do turismo regional para o Centro-Oeste. “Por isso, devem ser promovidos os destinos turísticos a partir da capital federal, como Pirenópolis e Chapada dos Veadeiros, com foco em atividades que envolvam aventura, cultura, sustentabilidade e belezas naturais”, diz. “A concretização dessa estratégia implica na valorização da imagem do Brasil Central, um conceito mais focado nas suas belezas naturais, como cachoeiras e rios, na cultura extremamente rica do interior e no turismo das águas termais. Com essa lógica, queremos buscar a expansão da atividade turística e o fortalecimento das empresas desse setor”, finaliza Adelmir Santana.
Mais eventos
Com as ações integradas da Fecomércio-DF, a capital do país não quer se tornar apenas lugar de destaque na arte, na beleza e na arquitetura. Os turistas pedem também mais eventos para a capital federal. O consultor comercial Edgar Fernandes, 33 anos, saiu da cidade natal, Guarulhos (SP), para conhecer Brasília. “Vim movido pela curiosidade sobre a arquitetura. Saí direto do aeroporto para a Esplanada dos Ministérios. Ainda de mala, estou circulando pelos principais monumentos da capital federal para aproveitar cada minuto da minha jornada. Estou maravilhado com as construções”, relata.
A professora de música Sara Assis, que leciona na Escola das Nações, sempre acompanha grupos de crianças de diversas nacionalidades em visitas à Catedral Metropolitana de Brasília. “Todas se surpreendem e se encantam pelos traços retos e sublimes do artista (Oscar Niemeyer)”, garante. A pernambucana Sandra Claudino Pinto da Silva, 51, partilha da mesma opinião. Ele veio conhecer o DF pela primeira vez e sentiu falta de eventos na cidade. “Fiz o tour básico na Esplanada e voltaria se o DF tivesse eventos no fim do ano”, afirma.
Para o vendedor de lembranças típicas de Brasília Alberto Aniceto Correia, 48, faltam ações para movimentar os negócios do setor. “A cidade é linda e os turistas já vêm para cá a fim de conhecer os monumentos e toda a arquitetura. Mas isso não é suficiente. Precisamos de mais eventos para encher a capital federal de turistas o ano todo”, diz.