Deputado divulgou vídeo nesta terça-feira (27/6) rebatendo denúncia de que teria reclamado de propina supostamente paga por cooperativas
Depois da divulgação de áudios em que aparece reclamando ter recebido valores menores do que seus subordinados, o deputado federal Alberto Fraga (DEM) divulgou nesta terça-feira (27/6) um vídeo para explicar o conteúdo das gravações. Ele afirmou que as denúncias são falsas e que não atrapalharão seu projeto de governar o Distrito Federal. O ex-secretário de Transportes do DF garantiu que está com o nome limpo e não foi citado na Caixa de Pandora nem nas delações da “Orderbrecht”, “Larva Jato” e da JBS.
No vídeo, o parlamentar fala em tom amistoso, bem diferente das manifestações acaloradas que costuma fazer. “Por WO, a disputa ao Buriti não vai acontecer. Não tenho medo desses assuntos na Justiça’, destacou. “Não vai ser um envolvimento minúsculo com cooperativas que vai manchar o meu nome”, finalizou.
No áudio gravado em 2009, Fraga aparece supostamente reclamando ter recebido valores menores do que os do então subsecretário Júlio Urnau. Segundo reportagem do DFTV, o pagamento seria referente à atuação do grupo para beneficiar uma cooperativa de micro-ônibus. O parlamentar ressaltou que a gravação foi feita por ele mesmo e não se referia à propina, mas a questões salariais.
“Agora tá explicado, as coisas acontecendo e eu com cara de babaca aqui, entendeu? E o cara, você veja, o cara ganhou com isso aí, o que é que acontece? Ele ganhou muito mais dinheiro, vamos dizer assim, do que o próprio secretário”, diz o deputado no áudio.
No vídeo com pouco mais de três minutos, Fraga chamou a denúncia de “sensacionalismo barato”. Segundo ele, a acusação se baseou “em uma frase fora do contexto, onde digo que o secretário adjunto (Júlio Urnau) estaria ganhando mais que o secretário em termos salariais”, explicou.
Favorecimento
Segundo investigações do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), Fraga, Urnau e o ex-assessor José Geraldo de Oliveira Melo teriam recebido um total de R$ 800 mil para favorecer a Coopatag no processo de transição das vans para os micro-ônibus no DF.
Após o pagamento da primeira parcela, a cooperativa teria conseguido voltar ao processo licitatório para conseguir uma abrangência maior de contratos. O interlocutor de Fraga junto à cooperativa foi identificado como Jefferson Magrão.
O áudio faz parte da denúncia que motivou a Operação Regin, deflagrada em 2011 para coibir uma organização criminosa que agiu quando o governo de Arruda (PR) fez mudanças no transporte público.