Parque Ezechias Heringer é considerado área de proteção ambiental . Moradores não querem sair das casas; nesta segunda GDF retomou desocupação iniciada em janeiro.
Polícia Militar do Distrito Federal prendeu duas pessoas na manhã desta segunda-feira (3), durante uma operação de retomada de área pública no Parque Ecológico Ezechias Heringer, no Guará, próximo ao Setor de Oficinas Sul.
A desocupação da área começou em janeiro e foi retomada pela Agência de Fiscalização do DF (Agefis) nesta segunda. O Batalhão de Choque da Polícia MIlita, a cavalaria e policiais do 4º BPM auxiliaram a Agefis durante a operação.
Em abril, 85 chacareiros foram notificados para deixar local. Eles recorreram da decisão, mas o recurso foi negado na semana passada. Do total, 11 ocupantes obtiveram liminar e as construções não poderão ser derrubadas. Outras 66 casas em uma área conhecida como Favelinha serão retiradas, incluindo uma chácara de criação de pássaros.
A Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos fez um levantamento com os moradores e identificou quem tem direito a benefícios do GDF. Segundo o governo, desde abril os recursos são repassados às famílias.
A ação dá prosseguimento à desocupação que começou no dia 9 de janeiro deste ano. O Parque Ecológico Ezechias Heringer, que passa pelo Guará I e II, EPTG e SIA tem chácaras e indústrias.
De acordo com a Agefis, os chacareiros foram indenizados ou reassentados em 1996, para deixarem a área, mas não o fizeram. Em vez de sair, as chácaras foram parceladas em lotes e mais pessoas chegaram.
Outra preocupação é a criação de animais na região, como porcos, peixes e galinhas. Segundo o Instituto Brasília Ambiental (Ibram), os resíduos da criação desses bichos são jogados no Rio Guará, que deságua no córrego do Riacho Fundo e, posteriormente, no Lago Paranoá.
Ainda de acordo com o Ibram, o parque tem importância ambiental para a conservação do ecossistema, e assim como a Reserva Biológica do Guará preserva orquídeas nativas na região.