Rede pública tem 11 mamógrafos com capacidade para fazer 7 mil exames por mês, diz secretário de Saúde. Prazo estimado para marcação da mamografia é de dez dias.
A fila para fazer mamografia, exame de prevenção ao câncer, no Distrito Federal foi zerada, segundo o secretário de Saúde, Humberto Fonseca. Na manhã desta terça-feira (18), ele afirmou em coletiva de imprensa que a rede pública tem capacidade para atender 7 mil mulheres por mês. O prazo estimado para a marcação de exames é de dez dias.
De acordo com Fonseca, o DF agora tem 11 mamógrafos em funcionamento e cinco estão em processo de compra. Em outubro do ano passado, havia apenas um aparelho disponível para a realização de exames e a fila de espera chegava a cerca de 11 mil mulheres.
Com a manutenção dos aparelhos e a contratação de técnicos de radiologia, a rede pública chegou a fazer 5.475 exames somente no último mês, segundo o secretário. “Agora a entrada tem sido de 2 mil pedidos, então o objetivo é estimular as mulheres a fazer a mamografia”, disse.
O DF tem cerca de 200 mil mulheres com entre 50 e 69 anos, faixa etária em que o exame precisa ser feito a cada dois anos. De acordo com Fonseca, 7,1% da população do DF são mulheres nesta faixa de risco. Destas, 75% dependem exclusivamente do SUS para realização de consultas e exames.
“Se todas as mulheres em idade de risco do DF buscarem o exame, isso significaria 6 mil por mês.”
A mamografia é o exame de triagem capaz de identificar tumores – benignos ou malignos – na mama. Para mulheres a partir de 50 anos ele é recomendado nas consultas médicas de rotina. Quanto mais precoce a identificação de um câncer, maiores são as chances de tratamento e sobrevida das pacientes.
Hospitais com mamógrafo
- Hospital Regional de Sobradinho
- Hospital Regional de do Gama
- Hospital Regional de Santas Maria
- Hospital Regional de Ceilândia
- Hospital Regional do Paranoá
- Hospital Regional de Taguatinga
- Hospital Regional de Samambaia
- Hospital Materno-Infantil de Brasília
Relembre
Em maio, a Justiça negou um pedido feito pelo Ministério Público Federal para obrigar o GDF a zerar as filas em até 180 dias. O MPF também cobrava a compra e manutenção de equipamentos em 45 dias.
O MPF entrou com a ação em setembro de 2016 e informou ao G1 que o caso é acompanhado pelo menos desde 2011. Os procuradores argumentaram que havia “possibilidade real e imediata de diagnóstico tardio de neoplasias mamárias em centenas de pacientes”, podendo provocar mortes.
O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, a estimativa é de que 57.960 casos de câncer de mama surjam no Brasil neste ano.
Esse tipo representa cerca de 20% dos tumores detectados no país. Em 2010, a incidência da doença no DF foi de 670 casos (uma taxa de 50 ocorrências para cada grupo de 100 mil habitantes).