Jovens do DF apresentaram projetos que venceram maratona durante feira de tecnologia. Aplicativos são para áreas de segurança, educação e mobilidade.
Quatro aplicativos para as áreas de educação, segurança pública e mobilidade urbana foram apresentados por jovens do Distrito Federal durante “Café Hacker” nesta segunda-feira (24). Os projetos venceram a competição “Hackaton Inova Brasília”, maratona iniciada durante a Campus Party, em junho deste ano.
As “soluções tecnológicas” são: um programa que moderniza o sistema de matrículas da rede pública de ensino; outro que reúne informações das forças de segurança; um aplicativo para melhorar a experiência da população em mobilidade urbana; e um dispositivo para combater a violência contra a mulher.
De acordo com o governador, Rodrigo Rollemberg, a expectativa é de que, em breve, os programas sejam incorporados pelas secretarias e disponibilizados para a população.
“Agora é adequar e fazer pequenos ajustes para que esses aplicativos possam ser implementados para melhorar a qualidade de vida da população. É a juventude inovadora e empreendedora contribuindo para melhorar a qualidade de vida, através da tecnologia, de toda a população brasiliense.”
O desafio das equipes durante a Hackaton era desenvolver projetos inovadores capazes melhorar, por meio da tecnologia, serviços oferecidos pelas secretarias de Segurança Pública, Educação e Mobilidade. O evento desta segunda foi promovido pelo governo do DF para divulgar os resultados das soluções tecnológicas propostas pelas equipes da Hackaton.
Para desenvolver os programas, os grupos tiveram acesso ao número de matrículas da rede pública de ensino, às ocorrências policias e ao sinal de GPS de uma das empresas que opera o transporte público do DF.
Educação
O projeto ganhador da competição foi o “Matrícul@seDF”, aplicativo desenvolvido por quatro jovens estudantes de engenharia de software para a área de educação. A solução criada pela equipe para otimizar as matrículas em escolas públicas usa um sistema de geolocalização, que automatiza o cruzamento do CEP do estudante com o endereço da escola mais próxima.
Hoje, o processo é feito manualmente, por telefone. A ideia do projeto é substituir o telematrícula pelo sistema mais moderno. O responsável pelo estudante vai preencher os dados no sistema e o programa indicará a escola mais próxima com base na geolocalização. Como não será mais manual, o tempo de indicação das escolas será reduzido, garantem os desenvolvedores
Segurança pública
Em segundo lugar, o aplicativo “Salvaguarda” reúne dados da central de emergência da Secretaria de Segurança Pública, que inclui ocorrências das forças de segurança do DF (Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Detran, Defesa Civil e Samu).
A tecnologia disponibiliza aos moradores da capital um questionário com perguntas de resposta “sim” ou “não” sobre a segurança na região onde moram. O app também usa georreferenciamento. As informações, anônimas, são repassadas aos órgãos competentes como uma espécie de monitoramento voluntário.
O aplicativo também contém uma lista de contatos de órgãos públicos de segurança para casos de emergências. Dados sobre furtos, roubos e perturbação à ordem pública, por exemplo, também vão ficar disponíveis na plataforma. A ideia, segundo os criadores, é estimular a participação da população nas políticas de segurança pública.
Mobilidade
O aplicativo “Go By Bus”, na área de mobilidade urbana, ficou em terceiro lugar. A ideia é unir informação e entretenimento no uso do transporte público. Os passageiros ficam por dentro do horário que os ônibus passam em cada ponto e, durante o trajeto, podem passar o tempo com um jogo.
Mais que um passatempo, o game ajuda a manter o serviço de localização em funcionamento. Enquanto brinca, o usuário pode informar para outros passageiros sobre o percurso do ônibus onde ele está. Ao final da viagem, ele pode avaliar o ônibus, a parada onde embarcou e o sistema público de transporte.
Segundo os desenvolvedores, o projeto foi criado a partir de uma necessidade identificada nas ruas. O grupo colheu depoimentos de passageiros sobre o transporte público no DF em diferentes pontos.
Botão de pânico
Os desenvolvedores do aplicativo ”Talismã”, um botão de pânico que pode ser usado para prevenir a violência contra a mulher, receberam a menção honrosa. O projeto permite que a mulher possa gerar um sinal de alerta para a polícia em casos de emergência.
Ao pressionar o botão, será gerado um aviso para a secretaria de segurança, com a localização e foto da vítima e, automaticamente, outro alerta para uma viatura policial mais próxima, com a auxílio de dados do GPS. O aplicativo será gratuito ao governo e aos cidadãos.
O aplicativo é semelhante à ideia da Secretaria de Segurança Pública para mulheres sob medidas protetivas anunciado em março deste ano. A ideia da pasta é disponibilizar para as mulheres um aplicativo de monitoramento com “botão de pânico” para emergências. As chamadas, de acordo com a secretaria, receberiam prioridade na Central Integrada de Atendimento e Despacho (Ciade), que recebe as ligações do 190, da Polícia Militar. O GDF disse que o app não trouxe nenhum custo adicional.
Campus Party 2018
A GDF confirmou mais uma edição da Campus Party em 2018. De acordo com o secretário adjunto do trabalho Thiago Jarjour, são esperados ao menos 8 mil campuseiros (como são chamados os participantes) na próxima edição do evento, que deve ser realizada no Estádio Mané Garrincha – escolhido para abrigar mais participantes.
Transparência
Nesta segunda, o governador Rodrigo Rollemberg também assinou o decreto que dá início à Política de Dados Abertos. Atualmente, há dados públicos disponibilizados no portal da transparência, mas por meio do decreto assinado, as informação agora serão mais detalhadas.
O governo também atingiu a marca de 1 milhão de documentos anexados digitalmente no Sistema Eletrônico de Informações (SEI). O sistema é uma plataforma online desenvolvida pelo Tribunal Regional Eleitoral da 4ª Região para digitalização de documentos, contratos, entre outros, e, segundo o governo, visa desburocratizar o trâmite de informações entre os órgãos.
Se o cidadão precisar entregar documentos em duas secretarias, por exemplo, não será mais necessário protocolar nos dois locais, já que o acesso ao portal é remoto e pode ser feito de qualquer local, por meio da internet.