Governo diz que há 18.940 doses disponíveis no estoque. Vacina é exigida por outros países a viajantes brasileiros; veja quais.
Em apenas cinco meses de 2017, o número de vacinações contra a febre amarela no Distrito Federal chegou a 82% do total de vacinas aplicadas em 2016. De janeiro a maio deste ano, a Secretaria de Saúde calcula aplicação de 168.864 doses. Em todo o ano passado, foram 205.982 doses.
De acordo com o governo, há 18.940 doses disponíveis no estoque. “Fazemos pedido mensalmente e, caso haja necessidade, solicitaremos mais doses ao Ministério da Saúde.” A vacina é aplicada desde a década de 1980 e está disponível em todos os centros e postos de saúde.
A febre amarela voltou a chamar atenção no final de 2016 e neste início de janeiro, após a morte de 53 pessoas em Minas Gerais com suspeita da doença e dois casos no noroeste paulista. Por causa disso, houve aumento da procura pela vacina no DF no início deste ano.
A doença é transmitida pela picada de mosquitos silvestres e pelo Aedes aegypti – que também transmite dengue, mayaro e febre chikungunya. O período de incubação do vírus varia de três a seis dias.
Em janeiro deste ano, foi confirmada a primeira morte por febre amarela registrada na capital em 2017. Segundo a Secretaria de Saúde, o paciente contraiu a doença em Minas Gerais e viajou para Brasília na sequência. Exames toxicológicos confirmaram a presença do vírus, de acordo com a pasta. Os outros 27 casos suspeitos de febre amarela foram descartados.
Em 2016, foram 24 notificações da doença. O ano tamém foi marcado por oito macacos morreram infectados – eles não são transmissores, mas hospedam o vírus. Os animais foram encontrados no Jardim Botânico, Lago Sul e Candangolândia. Em 2015, houve o primeiro aumento nos registros de febre amarela no DF desde o surto de 2007.
Na época, foram 38 notificações e dois óbitos. Uma das vítimas foi um jovem de 22 anos que apresentou sintomas da doença em Alto Paraíso, na Chapada dos Veadeiros, em Goiás e foi transferido para o Distrito Federal. A outra vítima também apresentou sintomas após uma viagem e foi internado quando retornou de uma pescaria no rio Araguaia.
Entenda a vacinação
Há décadas, o Distrito Federal aparece como “área de risco” para febre amarela nos protocolos do Ministério da Saúde. Isso significa que, se a caderneta infantil foi seguida à risca, todas as crianças nascidas no DF fora vacinadas até os 9 meses de idade, com uma dose de reforço por volta dos 5 anos. Se isso foi feito, não há risco de pegar febre amarela.
Para quem nasceu nos oito estados fora da área de risco – Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo e Rio de Janeiro – ou não foi vacinado por algum motivo, é preciso tomar duas doses em um intervalo máximo de 10 anos
Segundo o subsecretário de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde, Tiago Coelho, a Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que uma única dose da vacina já seria suficiente para produzir anticorpos e evitar o contário. “No Brasil, devido ao histórico, o Ministério da Saúde acaba pedindo esse reforço com duas doses”, explica. O país produz vacinas suficientes para consumo próprio e exportação.
Exigência internacional
Alguns países exigem que visitantes brasileiros comprovem que sejam imunizados contra a doença. Os viajantes que partirem do Brasil com destino a esses países deverão apresentar Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP) válido, isto é, com registro de vacinação contra a febre amarela realizada pelo menos 10 dias antes da viagem – inclusive se for conexão por mais de 12 horas.Confira lista de países que exigem certificado de vacina da febre amarela, segundo a OMS.
- Afeganistão
- África do Sul
- Albânia
- Antígua e Barbuda
- Angola
- Anguilla
- Antilhas Holandesas
- Arábia Saudita
- Argélia
- Austrália
- Bahamas
- Bangladesh
- Bahrain
- Barbados
- Belize
- Benin
- Bolívia
- Botsuana
- Brunei
- Burkina Fasso
- Burundi
- Butão
- Cabo Verde
- Camboja
- Camarões
- Cazaquistão
- Cingapura
- Chade
- China
- Colômbia
- Congo
- Coreia do Sul
- Costa Rica
- Costa do Marfim
- Djibouti
- Dominica
- Egito
- Equador
- Eritreia
- El Salvador
- Etiópia
- Fiji
- Filipinas
- Gabão
- Gâmbia
- Gana
- Guiné Equatorial
- Granada
- Guadalupe
- Guatemala
- Guiana Francesa
- Guiné
- Guiné-Bissau
- Haiti
- Honduras
- Iêmen
- Ilhas Maurício
- Ilhas Reunião
- Ilhas Salomão
- Ilhas Seychelles
- Índia
- Indonésia
- Irã
- Iraque
- Jamaica
- Jordânia
- Kiribati
- Laos
- Lesoto
- Líbano
- Libéria
- Líbia
- Madagáscar
- Malaui
- Malásia
- Maldivas
- Mali
- Malta
- Martinica
- Mauritânia
- México
- Mianmar
- Moçambique
- Montserrat
- Namíbia
- Nauru
- Nepal
- Nova Caledônia
- Nicarágua
- Níger
- Nigéria
- Omã
- Panamá
- Papua-Nova Guiné
- Paquistão
- Paraguai
- Quênia
- Quirguistão
- República Centro-Africana
- República Democrática do Congo
- Ruanda
- São Cristóvão e Nevis
- São Vicente e Granadinas
- Saint-Barth
- Saint Helena
- Saint Martin
- Samoa
- Santa Lúcia
- São Tomé e Príncipe
- Senegal
- Serra Leoa
- Somália
- Sri Lanka
- Sudão
- Suazilândia
- Suriname
- Tailândia
- Tanzânia
- Timor Leste
- Togo
- Trinidad e Tobago
- Tunísia
- Uganda
- Venezuela
- Vietnã
- Zâmbia
- Zimbábue
Fonte: Portal G1