Como o brasileiro se apropriou da tradição japonesa para promover a diversão por aqui. Saiba onde reunir a turma para cantar
Em tempos de crise, é preciso ter criatividade para se divertir com os amigos. O karaokê é uma dessas opções. Ele transforma qualquer pessoa em cantor. A brincadeira tem baixo custo e espaço cativo no entretenimento do brasileiro, tanto que exporta, anualmente, cantores amadores para o campeonato mundial de karaokês, com mais de 33 países envolvidos.
Uma pesquisa do CSA Research apontou que o brasileiro é quem mais gosta de cantar dentro do carro. O entretenimento desembarcou no Brasil com os japoneses e fincou raízes por aqui. A palavra karaokê vem do japonês e significa cantar sem orquestra. Teka Barnabé, responsável pela seleção brasileira de cantores amadores para a competição mundial de karaokês, a KWC Brasil, lembra como a modalidade se tornou febre no país. “Uma dessas febres do karaokê foi quando o brasileiro Joe Hirata venceu um campeonato mundial há uns 20 anos. O evento tinha mais de 87 mil convidados. A repercussão dessa vitória trouxe os karaokês de volta para a praça”, conta. ,
“No Brasil, pessoas de classes e grupos diferentes gostam de participar da brincadeira. De São Paulo para baixo, os karaokês funcionam mais como casas específicas para a prática. Já do Rio de Janeiro para cima, temos a presença do KJ, o DJ do karaokê e são inseridos em bares e festas, sem um local dedicado exclusivamente ao brinquedo. O karaokê é muito democrático porque é barato e, principalmente nos últimos três anos, que o Brasil tem vivido crises financeiras, é uma diversão capaz de reunir os amigos sem gastar muito dinheiro e se torna um sucesso com muita facilidade”, conta Teka.
A Karaoke World Championships promove todos os anos uma seletiva de brasileiros para concorrer ao campeonato de cantores amadores pelo mundo. Na próxima edição da disputa, em novembro deste ano, os cariocas Ananda Torres e Thiago Millôres representarão o Brasil na Finlândia. O evento já aconteceu em Toronto e em Singapura. Nos últimos três anos, a KWC Brasil leva um casal de cantores de karaokê para disputar o campeonato mundial.
“Eu não imaginava que o karaokê pudesse me levar para a Finlândia. Acredito que as pessoas vão participar mais dessa competição agora que está se tornando mais conhecida aqui no país. Eu conheci o KWC Brasil através da KJ do karaokê, que eu frequentava lá no Rio e, do nada, estou indo para a Finlândia”, conta Thiago Millôres, representante do Brasil na competição mundial.
Os tipos
Os karaokês podem ser acompanhados por bandas ao vivo ou de bases em playback, em que, munido de um catálogo, o cantor amador escolhe o código da música e canta a letra que passa na tela.
O gosto do brasileiro
Os catálogos dos karaokês podem variar, mas as queridinhas do público são sempre as mesmas. Uma pesquisa da Karaoke World Championships Brasil, central mundial de karaokês, elegeu a música Evidências, da dupla Chitãozinho e Xororó como a mais tocada nos karaokês do Brasil, sendo reproduzida 5,2 vezes por noite em cada estabelecimento. Outros sucessos das cantorias entre bares, aniversários e casas de festas são Como nossos pais, de Belchior, em terceiro lugar no ranking, e Fogo e paixão, de Wando, em quinto lugar.
Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco.
» Roteiro do Karaokê na noite de Brasília
1- The Voice brasília
Endereço: 506 Sul (Entrada pela W2 Sul)
Horário de funcionamento: de segunda a sábado, das 19h às 01h. Contém salão exclusivo para festas de aniversários e eventos em geral.
Reservas pelo telefone:
(61) 99306-1010
2- Singers Videokê
“Temos variedades de clientes em idades e estilos. Fechamos a casa para eventos e aniversários. É só reservar”, conta Cleunice, sócia do Singers.
Endereço: 710 Norte
Horário de funcionamento: de terça à sábado, das 19 às 00h. Sextas e sábados, das 19h às 02h.
Telefone para reserva: (61) 99379-9415
3- Querosene Bar
Endereço: Av. das Araucárias – Taguatinga
Horário de funcionamento: de terça a domingo, das 16h às 00h00.
Telefone: (61) 30422010
4- Kabareh Karaokê Pub
Marcella, proprietária do Kabareh, conta que o negócio dela é um atrativo porque existem poucos karaokês espalhados por Brasília. “Quando o público quer uma opção diferente, procura esses lugares. E o nosso tem todo um ambiente de cabaré, o que torna ainda mais legal”
Endereço: 413 Sul
Horário de funcionamento: de terça a quinta, das 20h às 01h. sextas e sábados, das 20h às 02h.
Reservas de mesas: (61) 61 8483-0942
The Voice Brasília
Em Brasília, os estabelecimentos com máquinas de karaokê são queridos pelo público. Com algumas casas espalhadas pela cidade, as pessoas desenvolvem uma fidelidade com o espaço e realiza eventos como aniversários e despedidas de solteiro nesses lugares. A casa The Voice Brasília, na 506 Sul, recebe clientes fixos todas as noites.
A proprietária do local, Maysa Martins, de 39 anos, conta que além de uma máquina e um brinquedo, é música. As pessoas levam o karaokê a sério porque amam a música. Elas vêm ao The Voice para soltar a voz de verdade. Eu conheci meu marido por causa de karaokês, hoje temos uma família e vivemos para passar o amor pelo karaokê para quem frequenta a casa”, conta Maysa. Uma rede de amigos se forma em volta da mágica dos karaokês.
É o caso de Bruna Fortuna, de 33 anos, e Roberto Carril, de 35 anos. Os dois se conheceram cantando nos karaokês e hoje são bons amigos. Roberto conta que é no karaokê que ele pode relaxar depois de um dia pesado de trabalho. “Eu canto para me desligar das coisas lá fora e curtir a mágica deste lugar. É quase uma meditação para mim”, declara Roberto.
AS QUERIDINHAS DOS KARAOKÊS – MÚSICAS MAIS TOCADAS
*Pesquisa da KWC Brasil. A pesquisa considera os intérpretes e não os autores das canções.
» 1 – Evidências – Chitãozinho e Xororó
» 2 – Olhos coloridos – Sandra de Sá
» 3 – Como nossos pais – Élis Regina
» 4 – O amor e o poder – Rosana
» 5 – Fogo e paixão – Wando
» 6 – Menina veneno, Ritchie
» 7 – Borbulhas de amor, Fagner
» 8 – Caça e o caçador – Fábio Jr
» 9 – Pintura íntima, Kid Abelha
» 10 – Sandra Rosa Madalena, Sidney Magal
Fonte: Correio Braziliense
