Mané Garrincha, Ginásio Nilson Nelson e Complexo Aquático Cláudio Coutinho serão geridos em parceria público-privada. População pode opinar sobre edital que vai escolher nova administração.
O edital de gestão do complexo esportivo do Distrito Federal, que inclui o Estádio Nacional Mané Garrincha, o Ginásio Nilson Nelson e o Complexo Aquático Cláudio Coutinho, está aberto para sugestões da população a partir desta quinta-feira (16). Os prédios serão administrado pela iniciativa privada em parceria com o governo do DF, segundo anunciado em junho.
Após a Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap) apresentar as diretrizes de administração do complexo, que será chamado de “ArenaPlex”, agora o GDF abre consulta pública para que a população envie sugestões para o processo em que vão concorrer empresas interessadas em gerir, reformar e manter os prédios.
As recomendações podem ser enviadas até 16 de dezembro pelo e-mail parcerias@terracap.df.gov.br ou entregues pessoalmente no protocolo-geral da Terracap, que fica no Setor de Administração Municipal Bloco F, atrás do Anexo do Palácio do Buriti.
Segundo o governo, a intenção da consulta pública é aprimorar o edital de concorrência para concessão de uso de um patrimônio público. O documento usa como base o modelo de negócio lançado em 2016 pela empresa Dubois & Co., habilitada para elaborar o modelo de gestão do ArenaPlex.
ArenaPlex
A proposta de gestão vislumbra parcerias de longo prazo com clubes relevantes e produtores de evento, a criação de um calendário de eventos que insira o Mané Garrincha na rotina cultural da cidade, além de estimular o turismo local com eventos de abrangência nacional.
50No Nilson Nelson, segundo a Dubois & Co., será necessário reformar a infraestrutura e estimular a ocupação do espaço com treinos e jogos de basquete, vôlei e outros esportes, como lutas, além de shows e espetáculos para até 20 mil espectadores.
O Complexo Aquático Cláudio Coutinho terá de ser demolido, mas, a princípio, a empresa ficará responsável pela manutenção predial e pela garantia de que os 3.154 alunos que fazem uso do espaço mantenham as atividades. A responsabilidade pelos programas e inclusão dos alunos continua sendo do GDF.
O projeto de gestão também inclui a construção de um espaço de convivência. O plano faz alusão ao conceito de “cidade parque” de Lúcio Costa, de vivência da cidade pela apropriação dos espaços públicos pelos moradores.
‘Elefante branco’
Segundo o diretor de Prospecção de Novos Empreendimentos da Terracap, André Gomyde, a parceria público-privada para o complexo esportivo vai trazer uma economia de R$ 13,5 milhões somente no primeiro ano de efetivação da nova gestão. Anualmente, o GDF gasta R$ 8,4 milhões apenas com a manutenção do Mané Garrincha.
“Como contrapartida da concessão, a empresa ainda vai repassar anualmente R$ 5 milhões à Terracap.”
O estádio de Brasília é um dos três construídos no Brasil para a Copa do Mundo de 2014 que não tiveram planejamento para administração da obra após o evento esportivo, disse o presidente da Dubois & Co., Richard Dubois. “O estádio é inviável para realização exclusiva de eventos esportivos.”
A reforma do Mané Garrincha custou R$ 1,5 bilhão – a PF suspeita que a obra tenha sido superfaturada em R$ 900 milhões por esquema de propina que envolveu ex-governadores e órgãos públicos como a própria Terracap – e “carece de diversos reparos e reformas”, segundo Dubois.
Ele aponta, entre as debilidades atuais do complexo, quadras e canteiros de obras abandonados, áreas impróprias para uso, infraestrutura precária, falta de licenças e permissões, moradores de rua e usuários de drogas.
O custo inicial estimado pela empresa para garantir condições mínimas de uso dos três prédios é de R$ 80 milhões, que inclui gastos com infraestrutura e paisagismo. O investimento total, durante os 35 anos de concessão, foi orçado em R$ 387 milhões, com ingestão de R$ 4 bilhões na economia do DF