Uma das cozinhas da casa de festas infantil em Águas Claras em que ocorreu o evento chegou a ser interditada. No dia seguinte, após nova inspeção, local foi liberado
A Vigilância Sanitária e Epidemiológica apura um caso de possível intoxicação alimentar em uma casa de festas infantil, em Águas Claras. Convidados alegam ter passado mal depois de participar de um evento na última quarta-feira (15/11).
A anfitriã, que pediu para não ser identificada, contratou o espaço e os serviços da Mansão Catavento para a festa de aniversário dos dois filhos. Após o evento, os convidados começaram a relatar mal estar, vômito e diarreia. Pelo levantamento informal feito por ela, dos 195 presentes, além de crianças com menos de 4 anos, ao menos 90 apresentaram algum tipo de sintoma relacionado à intoxicação alimentar.
O diretor da Mansão Catavento, Vladimir Matteo, disse que a casa de festas recebeu as reclamações e se prontificou a analisar a situação. “Apesar de essa ser a primeira acusação do tipo em 12 anos de empresa, não descartamos a possibilidade e nos comprometemos a dar todo o apoio para verificar os fatos. O problema é que ninguém apresentou laudos médicos ou qualquer confirmação, e a contratante já pediu reparação financeira antes mesmo das análises. Como isso não foi atendido, ela nos ameaçou, dizendo que o irmão era advogado e tinha conhecidos na vigilância”, relatou.
Uma das convidadas, que também não quis se identificar, afirmou que ela, o marido e o filho passaram mal após a festa, mas sem um laudo oficial a confirmação do caso acaba sendo prejudicada. “Poucas pessoas foram de fato ao hospital tomar soro. A gente, que é pai e mãe, sabe, medica, deixa em casa até mesmo para evitar riscos hospitalares e acaba não levando. Mas contra fatos não há argumentos: a dona da festa contou mais de 90 doentes”.
Após reclamação protocolada junto à Diretoria de Vigilância Sanitária (Divisa), fiscais fizeram uma inspeção no estabelecimento, na segunda-feira (20/11). A ação resultou na interdição de uma das cozinhas. Vladimir Matteo, alega, no entanto, que a medida foi exagerada e fora dos padrões. “A equipe invadiu o local durante um evento, alegando ter poder de polícia. Disseram que estava tudo irregular, que tinha um ‘esgoto a céu aberto’, quando, na verdade, dois pedreiros estavam apenas realizando reparos fora da cozinha. Não havia um produto vencido. Mesmo assim, fecharam a cozinha e tentaram expulsar os convidados. A medida foi desproporcional e houve até agressão por parte de um dos fiscais”, detalhou.
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) informou que, na tarde desta terça-feira (21/11), a equipe da Divisa retornou ao local. “Durante a inspeção, a empresa apresentou uma outra cozinha de apoio e está servindo produtos alimentícios que ensejam menor risco. Devido a isso, a cozinha foi desinterditada”. A pasta declarou, ainda, que a Vigilância Epidemiológica também foi notificada e está em processo de investigação para verificar se houve ou não intoxicação alimentar. Não comentaram, no entanto, a conduta do agente.