Segundo pasta, laudo do primeiro teste foi inconclusivo. Causa da morte do paciente, no entanto, deverá ser divulgada no prazo de até 60 dias, após resultado da necropsia do corpo.
Um novo teste para detecção da febre amarela no corpo do psicólogo morto nesta segunda-feira (27) no Distrito Federal, após internação por suspeita da doença, deve ficar pronto nos próximos sete dias. A informação foi confirmada pela pasta, que informou “laudo inconclusivo” para o primeiro teste feito no paciente.
Mesmo que o exame dê positivo para o vírus, a causa da morte deve ser confirmada em um prazo de até 60 dias – após a necropsia. O documento permitirá saber se a vítima morreu em decorrência da doença, ou se o quadro foi apenas agravado pela febre amarela.
Nesta segunda-feira (27), a Secretaria de Saúde confirmou a morte do psicólogo que estava internado em um hospital particular da Asa Sul. O protocolo da morte encefálica foi decretado nesta manhã. Na sexta (24). A informação foi confirmada à TV Globo por familiares.
Por causa da provável infecção, a Secretaria de Saúde deu início a uma série de ações de vigilância ambiental. No último sábado (25), o salão de festas do prédio onde o homem morava virou um posto de vacinação improvisado. Mais de 60 pessoas foram imunizadas.
Sintomas
O homem começou a sentir mal-estar e dor de cabeça há dez dias. Depois, vieram dores nas costas e febre. No domingo passado, ele deu entrada no hospital com insuficiência renal e grave estado neurológico. Uma tomografia acusou inchaço no cérebro.
Exames descartaram hantavirose e dengue. Um outro teste constatou a presença do vírus da febre amarela. No sábado, a família havia afirmado que a morte cerebral tinha sido constatada e que o hospital já teria começado os procedimentos para desligar os aparelhos. O psicólogo era casado e tinha três filhos – a mais velha completou 12 anos nesta sexta.
A Secretaria de Saúde disse que os exames clínicos e laboratoriais não são conclusivos e que, por isso, ainda considera o caso como uma suspeita.
Fontes ouvidas pela TV Globo afirmam que o homem costumava frequentar dois condomínios próximos a áreas de mata – onde a chance de contrair a doença é maior. Um dos residenciais fica no Jardim Botânico, e o outro, próximo ao córrego Taboquinha.
Em nota, a Secretaria de Saúde informou que, em 2017, não registrou nenhum caso de macacos mortos em razão da febre amarela – um dos principais indicativos da circulação do vírus na região. Suspeitas desse tipo podem ser informadas à Vigilância Ambiental pelos números 99269-3673 e 3344-8527.
“Tendo em vista que o Distrito Federal é uma região em que está recomendada a vacinação contra febre amarela, a SES-DF reforça a importância de que as pessoas que ainda não têm nenhuma dose da vacina – ou seja, que nunca tomaram a vacina – procurem as Unidades Básicas de Saúde durante a semana”, diz a pasta.
Amigos prestaram homenagens ao psicólogos nas redes sociais.
‘Não há risco’
Segundo o governo do DF, a capital é uma região com “recomendação permanente de imunização”, o que significa que todas as crianças a partir dos 9 meses e adultos até 59 devem ser imunizados – uma dose é suficiente. No entanto, o secretário de Saúde, Humberto Fonseca, garante que não há risco de surto da doença.
“Brasília vacina há décadas, então temos uma população bem coberta. Não há nenhum risco de surto de febre amarela aqui. Nós estamos aqui cumprindo o protocolo do ministério, que é igual para um caso suspeito ou para um caso confirmado. “
O estoque de vacinas no DF deve suportar a demanda pelos próximos dois meses, segundo Fonseca. Ele afirma que mais de 90% da população já está imunizada. Ao todo, há 30 mil doses disponíveis.
Urbana ou silvestre?
A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o governo brasileiro distinguem dois “tipos” de febre amarela: a urbana e a silvestre. As duas são causadas pelo mesmo vírus e têm os mesmos sintomas. A diferença, como apontam os nomes, está no local de contágio.
No caso da febre amarela silvestre, a transmissão é feita por mosquitos que vivem na beira de rios e córregos, como o Haemagogus e o Sabethes. Eles picam macacos infectados com a doença e “carregam” o vírus até humanos saudáveis.
Na febre amarela urbana, esse mesmo processo é feito por mosquitos da cidade – em especial, o Aedes aegypti, que também transmite dengue, zika e chikungunya. Nesse caso, o vírus é “obtido” a partir de pessoas doentes, e não de macacos.
No Brasil, o último caso registrado de febre amarela urbana foi registrado em 1942. Por isso, a informação sobre o local de contágio é fundamental para o monitoramento e o combate à doença.
Fonte: G1 DF.