Exames foram solicitados pelo GDF após reportagens do Metrópoles mostrarem que médicos estavam questionando a qualidade da água
O Governo do Distrito Federal (GDF) encomendou dois laudos à Vigilância Sanitária. Os testes, segundo o Palácio do Buriti, mostraram ausência de vários tipos de bactérias. As análises foram feitas em 20 de dezembro, em amostras colhidas em dois pontos diferentes da Estação de Tratamento (ETA) do Lago Norte.
Apesar do relato de profissionais da área e do aumento de pessoas com gastroenterite nas regiões abastecidas pelo Lago, o teste não identificou “microbiológicas de coliformes totais”, bactérias que poderiam indicar que o recurso é impróprio para o consumo. Com o resultado, a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) “reafirmou a excelência da água distribuída”.“As regiões abastecidas pela ETA Lago Norte recebem o recurso natural no mesmo padrão de qualidade da água distribuída para os moradores de todas as regiões do Distrito Federal”, informou o GDF, em nota. Os questionamentos sobre a qualidade da água captada no Lago Paranoá começaram após o endocrinologista Flávio Cadegiani fazer um alerta em seu perfil pessoal no Instagram.
No dia 18 de dezembro, ele publicou um texto relatando que dezenas de seus pacientes estavam com sintomas da gastroenterite, mais conhecida como infecção intestinal. Para ele, havia um surto da doença na região central de Brasília após o GDF colocar o sistema em operação.
Em 23 de outubro, o clínico Estevão Cubas Rolim, lotado na Unidade Básica de Saúde do Itapoã, enviou um ofício à Secretaria de Saúde pedindo investigação do recurso hídrico ofertado na região.
Captação a partir de outubro
Desde 2 de outubro deste ano, parte da água consumida na região central de Brasília vem da captação do Lago Paranoá. O sistema abastece Asa Norte, Lago Norte, Itapoã, Paranoá, parte de Sobradinho II e Taquari.
De acordo com a Caesb, durante a inauguração da obra de captação, a operação seria parceria entre a empresa e a Enfil, responsável pela obra, durante os três primeiros meses (outubro, novembro e dezembro). Depois dessa data, a estatal assumiria o manejo. Os custos para a implementação do Subsistema Produtor do Lago Norte ficaram em R$ 42 milhões.