Operação ‘Delivery’ apura associação criminosa suspeita de fornecer entorpecentes para classes média e alta, inclusive na Esplanada dos Ministérios. São 28 mandados de prisão e 35 de busca e apreensão.
A Polícia Civil iniciou nesta terça-feira (6) a operação “Delivery”, contra o tráfico de drogas durante o carnaval no Distrito Federal. São 28 mandados de prisão e 35 de busca e apreensão. Segundo a instituição, entre os alvos, há uma estagiária do setor de combate ao tráfico de drogas do Ministério Público Federal (MPF) e um funcionário do gabinete de um parlamentar da Câmara dos Deputados.
Inicialmente, a Polícia Civil havia informado que a estagiária do MPF trabalhava na Procuradoria-Geral da República (PGR).
De acordo com a polícia, a atuação do grupo é configurada como associação criminosa para o tráfico. As investigações começaram há um ano e têm como alvo principalmente pessoas de classe média, em nove regiões do DF.
O servidor da Câmara trabalha como motorista do deputado federal Valadares Filho (PSB-SE), presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional. O gabinete do parlamentar confirmou a informação e disse que o deputado “está providenciando a exoneração dele”. O servidor recebeu R$ 9.777,20 líquidos em dezembro de 2017, entre salário, auxílios e gratificação natalina, segundo os dados da Casa.
Eles são suspeitos de vender cocaína e outras drogas na Esplanada dos Ministérios – até em órgãos federais. Segundo as investigações, a estagiária do MPF agia como “conselheira jurídica” do grupo criminoso. Ela é aluna de direito de uma faculdade particular da Asa Norte.
Até as 9h45, o balanço da operação era este: apreensão de 3 kg de haxixe e 1,5 kg de cocaína, com pelo menos 23 presos.
Onde acontece:
- Vila Planalto (onde vivem 18 alvos)
- Águas Claras
- Sudoeste
- Asa Norte
- Lago Norte
- Guará
- Setor de Clubes Esportivos Sul
- Itapoã
- Paranoá
Apesar de envolver servidores públicos, os mandados são cumpridos apenas nas residências dos alvos, suspeitos de fornecer droga para “clientes” de classe média e alta. O nome do deputado para qual trabalha um dos suspeitos não foi divulgado.
A ação é do Departamento de Polícia Circunscricional (DPC), que junta todas as delegacias regionais. Ela reúne 300 policiais, cães farejadores e o helicóptero da instituição.