Corpo de Henzo Gabriel da Silva de Oliveira será sepultado às 9h desta quarta-feira, no cemitério de Santo Antônio do Descoberto
A Justiça goiana converteu em preventiva a prisão em flagrante de Luana Alves de Oliveira, 21 anos, e Wesley Messias de Souza, 23. Eles são, respectivamente, mãe e padrasto de Henzo Gabriel da Silva de Oliveira, 2 anos e 11 meses, assassinado na casa da família, na Quadra 50 do Setor de Mansões Bitencourt, em Santo Antônio do Descoberto (GO). A criança foi espancada na noite de domingo e morreu antes de dar entrada no hospital municipal, na manhã de segunda-feira. Segundo a investigação, o casal agrediu o menino porque ele chorou ao se recusar a dormir na sala.
Durante audiência na Justiça, a advogada dos acusados, Shirlei Rodrigues Sousa Gomes, pediu a liberdade provisória de Wesley e Luana. Ela argumentou que o casal tem “residência fixa, ocupação lícita e não gera nenhum risco para o processo”. “A conversão do flagrante em preventiva geraria uma antecipação da pena, já que a prisão cautelar visa somente a resguardar o processo”, argumentou a defensora.
O promotor do Ministério Público de Goiás André Wagner Melgaço Reis pediu a conversão da prisão em flagrante em preventiva por haver indícios suficientes de autoria, pela gravidade e “como garantia da ordem pública”. Ele frisou, ainda, que o crime foi cometido contra uma criança e dentro do lar.
Na decisão, o juiz do Tribunal de Justiça de Goiás José Augusto de Melo Silva considerou que há risco de os acusados fugirem caso sejam soltos. “Entendo ser necessária a conversão dos flagrantes em preventivas porque o crime, em tese cometido pelos autuados, se reveste de extrema gravidade, pois fora cometido utilizando-se da convivência familiar”, avaliou. Para o magistrado, as características da morte de Henzo levam a crer que Wesley e Luana são perigosos. O casal responde, inicialmente, por homicídio qualificado (motivo torpe).
Despedida
Familiares velaram o corpo de Henzo entre a noite de ontem e a manhã de hoje. A previsão é de que o corpo da criança seja sepultado às 9h desta quarta-feira, no cemitério de Santo Antônio do Descoberto. O velório ocorreu na casa do homem que assumiu a paternidade do garoto, Fábio da Silva Pereira, 27, e contou com a presença do pai biológico, José Cristiano do Nascimento, e dos avós maternos e paternos.
Mãe de Fábio, Regiane Ribeiro da Silva, 50, cuidou do menino por alguns meses. “Para mim, ele era meu filho. Nunca o tive como neto. Eu quero justiça. Eles arrancaram o meu filho de mim. Mataram-no como se fosse um qualquer, mas era um bebê de 2 anos, inocente, uma criança doce”, lamentou.