Crescimento foi registrado entre 2016 e 2017. Delegada da Mulher recomenda que todos denunciem.
Os casos de assédio dentro de ônibus no Distrito Federal aumentaram em 62% entre 2016 e 2017, segundo levantamento da Polícia Civil. Foram 301 casos registrados no ano passado. Somente nesta semana, duas denúncias chegaram à Polícia Militar.
Atualmente, não há uma lei que determine a prisão de quem praticar assédio em espaços públicos, como ônibus e metrôs, como passar a mão no corpo de uma passageira. Geralmente, o homem é levado à delegacia para prestar depoimento e liberado após assinar um termo de compromisso com a Justiça.
No sentido oposto, um projeto de lei em tramitação no Congresso quer tornar crime este tipo de constrangimento – mais comum às mulheres. A proposta prevê que o contato físico sem consentimento seja punido com multa e prisão de um a dois anos.
“Nós vamos poder atuar de forma mais rigorosa. Certamente não será lavrado apenas um termo circunstanciado, mas nós vamos ter uma responsabilização mais severa”, disse a delegada-chefe da Mulher, Sandra Melo.
Reagir é denunciar
Na última segunda-feira (19), um mulher de 28 anos que estava com o filho pequeno dentro de um ônibus denunciou ter sido vítima de assédio. Incentivada por outra passageira ela ligou para a Polícia Militar logo que um homem de 62 anos cometeu o ato.
Ele foi detido logo que desceu do ônibus e levado a uma delegacia. Lá, assinou um termo circunstanciado e foi liberado. Segundo a Polícia Civil, o homem terá de prestar esclarecimentos à Justiça e pode cumprir penas alternativas.
“Comigo aconteceu uma vez, dentro do ônibus, mas há um bom tempo”, disse a secretária Graziele Costa. “Mas a gente sempre vê alguma coisa, alguma piadinha, alguma mulher reclamando, dentro do ônibus, dentro do metrô.”
A delegada Sandra recomenda às mulheres que se ajudem nestas ocasiões e que os homens também denunciem abusos cometidos contra elas. “Se voce está num meio de transporte e está presenciando que isso está acontecendo com uma mulher, intervenha.”
“Peça ajuda e ajude essa mulher, porque isso é um absurdo.”