Cabeleireira conhecia rotina de alvo, afirma chefe da 2ª DP, Laércio Rossetto. No dia do crime, apartamento estava vazio.
A Polícia Civil prendeu nesta quinta-feira (14) os dois homens que se passaram por agentes da instituição para assaltar um apartamento na Asa Norte, em Brasília. Uma cabeleireira amiga da vítima, uma idosa de 79 anos, também foi presa, apontada como mandante do crime. A prisão dos três é temporária, com validade de cinco dias.
O delegado Laércio Rossetto, da 2ª DP, disse que a amiga da vítima tinha acesso à residência e conhecia a rotina dela. “Inclusive ela que passou todos os dados da rotina para os dois executores. Tudo foi planejado. Não era uma vingança. Apenas estava à procura de uma vítima.”
Ainda de acordo com o delegado, a mulher, de 31 anos, foi a última pessoa a ter acesso ao apartamento no dia, sendo que a idosa nem estava mais no local. “Ela deixou a porta destrancada para que os ladrões entrassem. Tanto que o arrombamento de fato nem ocorreu. Vimos pelas imagens que foi tudo simulado.”
A polícia chegou até ela porque foi indicada como principal suspeita pela própria idosa. No total, o grupo pode pegar até oito anos de prisão. Na próxima etapa do inquérito, a polícia vai descobrir como o trio conseguiu ter acesso ao uniforme da polícia.
O crime
Na ocasião do crime, em 8 de maio, os dois se apresentaram como policiais civis e informaram ao porteiro do prédio que estavam ali para cumprir um mandado de busca e apreensão.
Ao chegar ao apartamento, os criminosos renderam o porteiro, que tinha sido obrigado a subir até o apartamento. Ele foi preso dentro do banheiro da residência. Do local, foram retirados objetos de luxo, como joias, relógios e pulseiras de alto valor.
Os dois foram flagrados por câmeras de segurança do prédio, na SQN 311, enquanto se identificavam ao porteiro.
Nas imagens (veja acima), é possível notar que a dupla usa camisetas pretas com os dizeres “Polícia Civil” em amarelo – similares ao uniforme real da corporação. Eles mostram um papel ao porteiro para justificar a entrada. Segundo o funcionário, era um mandado judicial falso.
À polícia, o porteiro afirmou que ao se apresentar na recepção do prédio, os homens não souberam indicar o nome dos moradores do apartamento.
“Eles pegaram o celular para saber o nome da pessoas, mas disseram que o celular descarregou.”