Um vazamento de larga escala atingiu documentos de centenas de políticos, incluindo a chanceler Angela Merkel
Berlim – Autoridades do governo alemão pediram nesta segunda-feira o endurecimento das leis de segurança de dados após um vazamento de larga escala ter exposto documentos de centenas de políticos, incluindo a chanceler Angela Merkel.
O líder do opositor Partido Verde afirmou ter cancelado suas contas no Twitter e no Facebook após a violação de dados, uma das maiores já ocorridas na Alemanha.
Stephan Mayer, secretário do Ministério de Interior, disse que as autoridades trabalham contra o relógio para investigar o vazamento de dados e fornecerão mais detalhes durante a semana.
Mayer reiterou que as redes do governo não foram violadas, mas disse que o ministério estava trabalhando para endurecer a cibersegurança da infraestrutura crítica e também fortaleceria o centro federal de cibersegurança, que lidera a investigação atual.
“Um pouco de notícia positiva é que as redes do governo aparentemente não foram afetadas por esse ou esses ataques de hackers. Mas está claro que nós, como governo federal… devemos fazer mais para melhorar a cibersegurança”, afirmou.
No domingo, a polícia alemã fez buscas no apartamento de JanSchuerlein, um funcionário de tecnologia da informação de 19 anos de idade, na cidade de Heilbronn.
Schuerlein disse no Twitter que estava sendo tratado como testemunha na investigação, dado o seu contato com “0rbit”, o detentor da conta de Twitter usada para publicar os dados e que foi desativada desde então.
Schuerlein afirmou que estava cooperando com a polícia, de acordo com a emissora rbb, que foi a primeira a reportar as buscas no apartamento do jovem. Pouco se sabe sobre o usuário da conta “0rbit”.
Um porta-voz dos promotores recusou-se a comentar as buscas no domingo, mas afirmou que a investigação segue em andamento.
A ministra da Justiça, Katarina Barley, e a coordenadora digital da Alemanha, Dorothea Baer, também pediram nesta segunda-feira controles mais rígidos para mídias sociais após o vazamento de dados, que começou em dezembro, mas inicialmente passou despercebido.
“Um ataque desses deve ser usado como um motivo para examinar muito cuidadosamente se tudo foi feito para obter a melhor segurança de dados possível”, disse Baer ao jornal Handelsblatt.
“É legítimo examinar se os fabricantes de softwares e as plataformas devem ser exigidos a fazer mais para garantir a segurança de dados”, acrescentou ela à publicação, sem entrar em detalhes.
O Twitter não comentou o assunto, e o Facebook se recusou a comentar. Fonte: Portal Exame