Decisão foi tomada em audiência de custódia nesta terça. Policiais prenderam Ranulfo Silva em flagrante, após assassinato na 316 Norte.
A Justiça do Distrito Federal decidiu manter preso por tempo indeterminado o vendedor de carros, Ranulfo Silva, de 72 anos, que matou a mulher e atirou no filho na 316 Norte, em Brasília, nesta segunda-feira (28). A prisão preventiva foi decretada após audiência de custódia nesta terça (29).
Na sessão, a juíza Flávia Pinheiro Brandão Oliveira destacou trechos do depoimento de Ranulfo à Polícia Civil. O suspeito contou que, após uma discussão com o filho Régis do Carmo, de 46 anos, foi até o quarto e pegou um revólver.
De volta à sala, ele atirou contra Régis, que – segundo o relato do próprio pai – “caiu no chão e ficou agonizando”. Depois de balear o filho, voltou ao quarto, recarregou a arma e efetuou diversos disparos contra a esposa, Diva Maria Maia da Silva, 69 anos.
Um dos tiros atingiu a cabeça da vítima, que caiu na entrada do apartamento e morreu no local. Régis foi levado em estado grave ao Instituto Hospital de Base e, até a tarde desta terça, continuava internado na sala vermelha da unidade.
Alta periculosidade
Segundo a juíza, o fato narrado por Ranulfo “revela a elevada periculosidade do autuado”. A juíza ainda destacou a situação da filha do casal – que não estava no momento do crime, mas afirmou sofrer agressões físicas e ameaças de morte por parte do pai.
Amigos e vizinhos da família afirmaram à imprensa que o comportamento agressivo de Ranulfo era constante. Uma cabeleireira e amiga de Diva disse ao G1 que quando “fazia escova, encontrava caroços na cabeça dela porque o marido batia com o revólver”.
Diante dos relatos, a juíza defendeu que os crimes envolvem violência doméstica e familiar contra a mulher e, a prisão de Rafunlfo se justifica pela necessidade da garantia da execução das medidas protetivas de urgência.”A medida extrema é necessária para garantia da ordem pública e para assegurar a aplicação da lei penal.”
Prisão em flagrante
O agressor foi preso em flagrante na segunda (28), minutos após o crime. Ele tentou fugir, mas foi detido a cerca de 20 km do local pela Polícia Militar.
Imagens das câmeras de segurança do prédio registraram o momento em que o agressor deixou o edifício, às 10h26. Cerca de 14 minutos antes, às 10h12, os equipamentos mostraram a vítima e o filho carregando sacolas na entrada do bloco.
Agora, Ranulfo aguardará o julgamento encarcerado. Ele foi levado, na noite de segunda, para a carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE).
O corpo de Diva Maria Maia da Silva foi velado nesta terça-feira (29), no cemitério Campo da Esperança (Asa Sul). Fonte: G1