App pagava até 20 dólares, mas ao custo da privacidade dos usuários
São Paulo – O Facebook não consegue se livrar de polêmicas. A novidade da vez vem de uma reportagem do site norte-americano TechCrunch. A empresa de Mark Zuckerberg oferecia dinheiro a jovens para que eles instalassem um aplicativo em seus iPhones. Chamado Research, ele não oferecia nenhum novo recurso na rede social. Em vez disso, o software coletava dados de uso e navegação dos usuários e os compartilhava com a companhia.
O programa de coleta paga de informações foi iniciado em 2016 e tinha como “público-alvo” usuários de 13 a 35 anos. Os participantes eram recrutados por meio de anúncios veiculados nas plataformas do Facebook, e as inscrições eram feitas nos sites de serviços de testes beta, como Applause, BetaBound e uTest. O nome da empresa de Zuckerberg mal era mencionado, só aparecendo nos termos de uso — que ao menos deixavam claro que o usuário estava abrindo mão de sua privacidade para participar do projeto.
Uma vez instalado, o Facebook Research podia capturar dados de uso, bem como todos os aplicativos instalados no smartphone.
Depois da publicação da reportagem, o aplicativo Research foi tirado do ar nos iPhones. Porém, o caso continua especialmente grave porque o programa feria todas as políticas de privacidade da Apple. A fabricante dos iPhones proíbe aplicativos que coletam dados de forma massiva na App Store — tanto que baniu da loja o Onavo Protect, outro app usado pelo Facebook para esse mesmo fim até meados de 2018.
Dados sobre a navegação dos usuários nos smartphones podem dar vantagem a empresas como o Facebook. Seria possível, por exemplo, detectar tendências. Se um serviço começa a se popularizar, a empresa pode comprá-lo e, desse modo, manter sua posição de liderança no mercado.
A reportagem do TechCrunch informa que o aplicativo Facebook Research seguirá disponível para smartphones com sistema Android. EXAME, porém, não pôde encontrar o aplicativo em uma pesquisa feita na internet brasileira.
Fonte: Exame