Suspensão se deu por indícios de prática irregular de táxi aéreo; acidente com aeronave da companhia matou o jornalista e piloto
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) suspendeu hoje (13), de forma cautelar, a RQ Serviços Aéreos Especializados, empresa dona do helicóptero que caiu na última segunda-feira (11), em um dos acessos da Rodovia Anhanguera, que liga a capital paulista, ao interior. Na queda morreram o jornalista Ricardo Boechat e o piloto da aeronave, Ronaldo Quatrucci. Com a suspensão, a empresa fica proibida de operar.
De acordo com a agência, a suspensão se deu em razão de “indícios de prática irregular de táxi-aéreo”. O processo de investigação foi aberto na própria segunda-feira para constatar o tipo de serviço que estava sendo prestado com a aeronave de prefixo PT-HPG no momento do acidente.
O helicóptero acidentado é um modelo monomotor com capacidade máxima de quatro passageiros mais a tripulação, da fabricante Bell Helicopter. A aeronave, de matrícula PT-HPG, era de propriedade da RQ Serviços Aéreos Especializados LTDA.
“A RQ Serviços Aéreos Especializados possuía autorização para prestar serviços especializados, como aerofotografia e aerocinematografia. A empresa, no entanto, não possuía autorização para executar o serviço de transporte remunerado de passageiros, prática exclusiva de empresas certificadas como táxi-aéreo”, disse a Anac.
A agência reguladora informou que as empresas envolvidas na contratação do serviço foram oficiadas pela Anac e terão cinco dias úteis, a partir da publicação no Diário Oficial da União, para prestarem esclarecimentos e apresentarem a documentação que comprove o tipo de contratação. Foram oficiadas as empresas Libbs Industria Farmacêutica, Zum Brazil Eventos e a própria RQ Serviços Aéreos Especializados.
O acidente ocorreu quando o jornalista voltava de Campinas (SP), onde havia participado de um evento. Pouco depois da queda, a Anac divulgou nota afirmando que o helicóptero se encontrava em situação regular junto a agência reguladora.
De acordo com a Anac, dados do Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB) mostram que o helicóptero estava com o Certificado de Aeronavegabilidade (CA) válido até maio de 2023 e a Inspeção Anual de Manutenção (IAM) em dia até maio de 2019, ou seja, a aeronave estava em situação regular.
A Anac disse que informações oficias da Aeronáutica confirmam que as licenças e habilitações de Quatrucci de piloto comercial de helicóptero (PCH) estavam válidas.
Fonte Exame