Regra passa a valer nesta sexta-feira (1º). Velocidade no trecho também diminui de 60 km/h para 40 km/h.
A partir desta sexta-feira (1º), caminhões com mais de dois eixos simples não podem mais trafegar sobre a Barragem do Paranoá, no Distrito Federal. Desde o início da semana, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) fez uma campanha educativa sobre a proibição (veja detalhes abaixo).
Desde o rompimento da barragem da mineradora da Vale, em Brumadinho, Minas Gerais, no dia 25 de janeiro, várias regiões do país aumentaram a fiscalização nas barragens.
No dia 14 de fevereiro, a Defesa Civil do Distrito Federal começou a visitar as famílias que moram nas imediações da Barragem do Lago Paranoá. Os encontros serviram para orientar os moradores sobre as medidas a serem tomadas em casos de emergência.
A barragem é classificada pela Agência Nacional de Águas (ANA) como de baixo risco, mas alto dano potencial associado. Isso significa que a estrutura é segura mas, se algo acontecer, o prejuízo ao meio ambiente e à sociedade pode ser grande.
Segundo a CEB e o DER, a Barragem do Paranoá tem características completamente distintas das construções de Brumadinho e Mariana, e não corre risco semelhante. A companhia elétrica diz que um laudo emitido em 29 de janeiro descartou risco grave na estrutura.
Ação educativa
A restrição do tráfego de caminhões começa uma semana depois da conclusão das obras de recapeamento da ponte sobre a barragem. Durante a semana, a equipe ainda finalizou as pinturas das faixas na pista.
Para alertar sobre a proibição, o Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER) realizou uma campanha educativa na DF 001 e na DF 003. O trabalho também serviu para explicar aos demais motoristas sobre a redução de velocidade no trecho que passa de até 60 km/h para 40 km/h.
“Nosso objetivo é orientar os motoristas sobre o bloqueio dos caminhões e buscarem rotas alternativas“, afirmou Jucianne Nogueira, diretora de educação do DER.
Entenda a proibição
A proibição do tráfego de caminhões partiu de um acordo entre o DER, a Defesa Civil e a Companhia de Energia de Brasília (CEB), responsável pela barragem. De acordo com o DER, não há nenhum laudo que aponte para a proibição, mas ela foi feita como forma de precaução e tem o objetivo de manter o peso médio dos veículos que passam pelo lugar.
A proibição só restringe a passagem dos caminhões que excedam dois eixos simples, conforme informou o DER. Quem descumprir a regra está sujeito a pagar multa de R$ 130,16 e levar quatro pontos na carteira de habilitação.
Além da proibição do tráfego de caminhões, os demais veículos terão que reduzir a velocidade para, no máximo, 40 km/h em toda a extensão. O DER está colocando placas informativas no local e sinalização de advertência nas interseções que dão acesso à barragem.
No início de fevereiro, o Ministério Público entrou na Justiça contra o DER e a CEB para que a estrada da barragem fosse substituída por uma nova via de ligação.
“A omissão dos réus é grave e deve ser prontamente corrigida pelo Poder Judiciário a fim de evitar tragédias e desastres causados pelo uso abusivo da estrada de serviço da Barragem do Paranoá.”
O MP pediu também que a estrada de serviço fosse utilizada exclusivamente para a manutenção da barragem, sem o trânsito de veículos.
Teste de sirene
No dia 18 de fevereiro, a Defesa Civil fez um teste de sirene na barragem do Paranoá. O objetivo era verificar se o som das sirenes seriam ouvidos pela população até 10 quilômetros da barragem, em caso de rompimento.
Segundo o Coronel Sérgio Bezerra, apesar de estarem funcionando como o esperado, as sirenes precisam de um reforço na potência. “É necessário ainda um aperfeiçoamento da qualidade, da propagação e da potência do som”, disse o coronel.
Plano de emergência
Ainda de acordo com o coronel, os testes fazem parte de um plano de emergência que está sendo elaborado junto com a população que reside na região “alagável”. O próximo passo é realizar uma reunião.“Na reunião comunitária serão dadas as informações sobre os tipos de toque de sirene e os procedimentos de fuga para cada tipo de pessoa, como idoso, crianças ou pessoas com dificuldade de locomoção”.Depois será marcada uma nova data para realizar um simulado de treinamento, em que as pessoas irão executar os procedimentos de emergência.
Barragem do Paranoá
Ao G1, o coronel Bezerra informou que a barragem do Lago Paranoá não é como a de Brumadinho. Conforme explicou o coronel, a barragem do Paranoá é do tipo terra enrocamento. “Há terra e rocha do lado para a água – para evitar que a água bata na terra e se infiltre – e terra compactada com revestimento no outro lado – para evitar infiltrações por parte da chuva”.
Além dos cuidados na composição da barragem, nas imediações não pode haver animais, como cavalos e formigas. Segundo explicou coronel, as gramíneas que estão no local fazem parte da sustentação e ajudam a evitar infiltrações de água.
Fonte G1