Em 2018, elas ganharam, em média, 71,5% do salário dos homens. Pesquisa traz dados nacionais relativos à idade, cor e tipo de ocupação.
No Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta sexta-feira (8), dados levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) apontam para um aumento da desigualdade salarial entre mulheres e homens.
No Distrito Federal, as mulheres a partir dos 14 anos recebem, em média, 71,5% do salário dos homens. No contracheque, isso representa uma diferença de R$ 1.334, segundo o IBGE.
O percentual é o menor desde 2012, primeiro ano da série histórica levada em consideração no estudo. Há seis anos, as mulheres ganhavam o equivalente a 78,4% dos rendimentos dos homens.
Em nível nacional, a Pnad Contínua – que calcula a diferença do rendimento do trabalho de mulheres e homens nos grupos ocupacionais – traz indicadores mais favoráveis. As mulheres receberam, em 2018, 79,5% dos valores pagos aos homens. Neste caso, a faixa etária analisada foi de 25 a 49 anos.
Quando o recorte é por hora trabalhada, a diferença salarial é ainda maior, de 91,5%. Segundo o IBGE, as mulheres recebem, me média, R$ 13 por hora de serviço, enquanto os homens são remunerados com R$14,2.
A idade é outro fator que interfere na remuneração das mulheres e amplia a distância financeira de homens que desempenham a mesma função no mercado.
A Pnad Contínua aponta que, em 2018, a mulher de 25 a 29 anos recebeu 86,9% do rendimento médio do homem (veja no gráfico abaixo).
Já na faixa etária dos 30 aos 39 anos, o percentual caiu para 81,6% e, entre os 40 e 49 anos, a diferença foi ainda maior – as mulheres ganham 74,9% do salário dos homens.
Inserção no mercado
Outro detalhamento feito pelo IBGE indica que a taxa de inserção das mulheres no mercado de trabalho também é menor que a dos homens.
Em 2018, o Brasil contava com 56,4 milhões de pessoas ocupadas na faixa etária dos 25 aos 49 anos. Desse contingente, 54,7% eram homens e 45,3% mulheres.
No DF, elas eram 47,3% das pessoas ocupadas a partir dos 14 anos. O percentual correspondia a 713 mil em um universo de 1,5 milhões quando os dados foram coletados, no 4º trimestre do ano passado.
- Ocupações elementares (55,3%)
- Serviços, comércios e mercados (59%)
- Profissões das ciências e intelectuais (63%)
- Apoio administrativo (64,5%)
Enquanto isso, os homens predominaram nos grupamentos que tinham, de acordo com a pesquisa, as menores participações de ocupados, como:
- Forças Armadas, polícias e bombeiros militares (86,8%)
- Operadores de instalações, máquinas e montadores (86,2%)
- Trabalhadores qualificados, operários e artesãos (83,8%)
- Agropecuária e atividades florestais, da caça e da pesca (78,9%)
Para cada grupo ocupacional, a pesquisa aponta, ainda, o rendimento médio dos homens e das mulheres (veja no gráfico acima). Os maiores valores foram encontrados nos grupamentos de “diretores e gerentes”, no dos “profissionais das ciências e intelectuais” e entre os membros das Forças Armadas, policiais e bombeiros.
No primeiro grupo, dos cargos de chefia, o rendimento médio das mulheres foi de R$ 4.435, o equivalente a 71,3% do valor recebido pelos homens, de R$ 6.216.
Já no grupamento das profissões intelectuais, no qual as mulheres tiveram participação majoritária de 63%, elas receberam ainda menos – o correspondente a 64,8% do salário dos homens.
A cor na balança
A cor da pele ainda é um elemento que interfere no valor pago aos homens e mulheres. Na série histórica de 2012 a 2018, o IBGE verificou que as pessoas negras (pretas e pardas) ganhavam, em média, 60% do salário pago às pessoas brancas.
Já entre homens e mulheres negros, o abismo salarial é menos profundo. Enquanto as mulheres negras ganharam 80,1% do salário dos homens negros, as mulheres brancas receberam 76,2% do valor pago aos homens da mesma cor.
A explicação, no entanto, tem relação com a predominância da população negra na ocupação de subempregos. “A menor desigualdade entre rendimentos de pretos e pardo pode estar relacionada ao fato dessa população ter maior participação em ocupações de rendimentos mais baixos, muitas vezes, baseadas em piso mínimo”, explica o IBGE na pesquisa
Fonte G1
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