Governo diz que vai buscar solução a partir das três sugestões apresentadas. ‘Compromisso com categorias não deixa de levar em conta possibilidades orçamentárias’, explica Fazenda.
Representantes e associações de policiais militares e bombeiros do Distrito Federal entregaram, nesta terça-feira (12), três propostas de reajuste salarial ao governo. Os documentos, embora apresentem cálculos diferentes, defendem o mesmo objetivo: a isonomia com a Polícia Civil nas remunerações líquidas.
As sugestões colocadas em mesa para negociação, no entanto, não foram aceitas de imediato pela equipe econômica do governador Ibaneis Rocha (MDB). Ao fim do encontro, foi definida a criação de um grupo de trabalho para buscar uma solução a partir das propostas apresentadas.
O secretário de Fazenda e Planejamento, André Clemente, afirmou que os três documentos serão estudados para a “convergência de um projeto único”. Segundo o gestor, há interesse em conceder a equiparação, mas “tendo em mente o equilíbrio das contas públicas”.
“O compromisso do governador Ibaneis com as categorias não deixa de levar em conta as possibilidades orçamentárias e financeiras.”
Clemente lembrou que “as forças policiais são remuneradas com recursos do Fundo Constitucional”. Ele apontou ainda a existência de uma política nacional de contenção de gastos com pessoal e de otimização das finanças públicas. “O governo do DF estará alinhado com as políticas do governo federal.”
Parcelamento
O secretário de Fazenda antecipou que o reajuste só poderá ser dado de forma parcelada. A quantidade de parcelas e o valor, contudo, ainda serão analisados.
Uma das sugestões que teve mais aceitação ao longo do encontro propõe que o pagamento do reajuste seja feito em seis vezes:
- Duas parcelas de 5% neste ano
- Duas de 6,5% em 2020
- Uma parcela de 7% em 2021
- Uma parcela de 7,5%, em 2021
Já o auxílio-moradia seria incorporado ao salário dos militares. Os participantes da reunião debateram a isenção do pagamento do valor proporcional do Imposto de Renda sobre o benefício. Contudo, não houve consenso entre as corporações e o GDF.
Ausência do governador
Os grupos pretendiam conversar com o governador, mas o chefe do Executivo não participou da reunião. A ausência de Ibaneis causou mal-estar entre as corporações.
Um dos que reclamaram foi o presidente da Associação dos Militares Estaduais do Brasil, coronel Wellington Corsino. De acordo com ele, a reunião começou com um “clima preocupante”.
“O governador marcou o encontro. Não entendi, a princípio, a ausência dele. Mas começada a reunião, surgiram questões com boas sinalizações. O governo se mostrou preocupado em atender o pleito.”
O motivo da ausência do governador não foi informado pelo GDF até a publicação desta reportagem. Coube aos secretários da Casa Civil, Eumar Novacki, da Fazenda, André Clemente, e da Secretaria de Segurança, Anderson Torres, a condução das discussões.
Situação semelhante ocorreu no fim de fevereiro deste ano. Ibaneis convocou um encontro com representantes da PM e dos bombeiros no dia 26, mas, logo após dar as boas-vindas ao grupo, ele deixou o local para uma reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
O secretário de Segurança do DF, então, assumiu o debate com as categorias.
Paridade com a Polícia Civil
Os policiais militares e os bombeiros reivindicam o mesmo reajuste oferecido pelo governo à Polícia Civil.
Neste ano, agentes e delegados receberam a proposta de paridade com a Polícia Federal – um aumento de 37%. O projeto foi entregue ao ministro da economia, Paulo Guedes, e ainda terá de passar pelo Congresso Nacional.
Fonte G1