Empresas preparam novas tecnologias de monitoramento de atividade do motorista e dos passageiros ? e não deve demorar muito para as fabricantes aderirem
As fabricantes de automóveis planejam mudanças que vão diminuir (e muito) a privacidade dentro dos veículos: entre elas, estão a adição de radares e lasers na cabine para monitorar quem você é e quais são seus hábitos. Em breve, seu carro vai deixar de ser um “santuário sobre rodas”, e isso pode ser muito polêmico. E isso pode ser muito polêmico. Conheça, a seguir, algumas das novidades!
O radar de ondas milimétricas é, talvez, a tecnologia de detecção interna mais intrigante. O aparelho em si pode ser bem compacto — do tamanho de um baralho de cartas —, uma vez que sua frequência é muito alta e, portanto, o comprimento das ondas emitidas é curto. Ele pode ser facilmente montado no teto do carro para rastrear tudo, dentro e fora do automóvel.
A Texas Instruments mostra às fabricantes como esse aparelho não só é capaz de detectar objetos no veículo, como também classificá-los (pode ser um adulto, uma criança ou até mesmo um cachorro). Ao contrário de outros cenários de detecção inteligente, os interiores dos carros são apertados e cheios de obstruções, como os assentos.
Se esse radar for colocado dentro do assento e forem aplicados os sistemas de computação adequados, o equipamento pode captar a taxa de respiração do motorista e dos passageiros. Com o produto, que também deve ter a capacidade de monitorar batimentos cardíacos, a startup Caaresys planeja detectar crianças que possam ser eventualmente esquecidas no carro, por exemplo.
O radar tem a vantagem de ver através de itens que bloqueiam a visão de câmeras. Ele pode ser de grande utilidade para melhor direcionar o acionamento de airbags e outros sistemas de segurança passivos em acidentes, por exemplo. Ou, no futuro, para receber orientações dos passageiros em carros autônomos.
Outra possibilidade é o radar usar dados biométricos para desbloquear a partida do automóvel. A BSecur pensa em fazer isso, com uma assinatura de eletrocardiograma (ECG), que é única para cada indivíduo. Esse padrão de frequência cardíaca pode ser rastreado pelos processadores do carro por sensores no volante ou por meio de um smartwatch.
Nem todo radar, porém, é sobre corpos e rostos. A Vayyar, em parceria com a empresa de mecatrônica automática Brose, quer detectar obstáculos no caminho da porta dos carros. Isso inclui postes, paredes, ciclistas ou outros carros, que devem acionar o bloqueio das portas por meio de um limitador. Isso é certamente uma boa notícia para ciclistas que vivem com medo de tomar uma “portada”.
Câmeras
O radar está longe de ser o único hit do momento. Câmeras já são usadas em alguns carros para monitorar o olhar do motorista e seu estado de desatenção e sonolência. Um grande número de aplicativos semelhantes está prestes a chegar na Mazda, na Hyundai, na Kia e na BMW.
Câmeras internas podem ser equipadas com lasers de emissão de superfície de cavidade vertical (VCSEL), a mesma tecnologia que alimenta o FaceID da Apple. Fabricantes como a TriLumina mostram como elas podem dizer o estado, a identidade e talvez até a intenção do motorista.
Finalmente, há o controle de gestos que hoje é pouco efetivo e sente apenas movimentos grandes e grosseiros, além de mal funcionarem boa parte do tempo. O Project Soli, do Google, quer usar um radar de ondas milimétricas para captar gestos delicados, com um nível de sensibilidade capaz de liberar controles por telas, botões e voz de uma maneira eficiente, não apenas divertida.
Fonte Olhar Digital