Criado nos anos 80 sob influência de sucessos do mundo dos games como Pitfall, Pacman e Street Fighter, o deputado federal Júnior Bozzella (PSL-SP), que admite ter passado algum tempo em frente a esses jogos na juventude, é o autor de um Projeto de Lei para criminalizar jogos violentos no Brasil.
Surpreso com a repercussão gerada, Bozzella falou ao Radar: “Eu respeito a comunidade gamer e estou aberto ao debate, quando quiserem, o problema é que as pessoas sequer querem debater”, lamenta.
O deputado salienta que sua proposta é um projeto, não um decreto, e por isso sua intenção é apenas levantar uma discussão acerca dos videogames.
É uma reação ao ataque que aconteceu em Suzano (SP) no começo de março, quando dois jovens abriram fogo no colégio, matando 8 alunos e deixando 11 feridos. À época, o vice-presidente Hamilton Mourão sugeriu que os games violentos tiveram influência no ocorrido.
“Tudo gera uma polêmica inicial – como por exemplo regulamentação do cigarro, obrigatoriedade do uso de cinto de segurança na cidade e capacete etc. Mas se a gente se convencer, dentro das audiências públicas e do debate, que o PL é uma aberração, eu terei a humildade de retirar”, confessa. “Só que discutir o tema não é uma aberração”, finaliza.
Em 2013, Jair Bolsonaro afirmou em entrevista à TV Gazeta que “videogame é um crime”. “Tem que coibir ao máximo, não aprende nada”, disse à época o hoje presidente. Bozzella lembra.