Após 90 dias de gestão, o governador Ibaneis Rocha (MDB) reafirmou que não tem previsão de quitar o reajuste dos servidores públicos do Distrito Federal. A prioridade, segundo ele, é manter o pagamento de salários, aposentadorias e pensões em dia.
O pagamento da última parcela aguardada por 32 carreiras de servidores desde 2015 foi uma das promessas de campanha do então candidato.
Durante reunião com secretários no Palácio do Buriti nesta terça-feira (2), Ibaneis disse que não é momento de falar em aumento salarial porque o DF vive um período de insegurança financeira. “É muito difícil tratar de qualquer questão de reajuste e pagamento de terceira parcela em um ambiente de incerteza. Vou ter que ir ao STF buscar uma liminar, e vai ser uma liminar, então pode cair a qualquer momento”.
“O primeiro compromisso meu é não deixar o servidor do DF em receber salários, aposentadorias e pensões. Eu só vou tratar de reajuste quando o orçamento permitir e eu tiver segurança.”
Segundo ele, o ex-governador Rollemberg deixou orçamento de R$ 600 milhões para pagar a 3° parcela de reajuste, mas a decisão do TCU de derruba liminar e mandar DF devolver R$ 10 bilhões à União implicaria em uma perda de R$ 700 milhões, o que ‘desorganiza todas as finanças do estado’.
Apesar de colocar parte da ‘culpa’ do não pagamento do reajuste na derrota que o GDF sofreu no TCU na última quarta-feira (27), em entrevista à Rede TV um dia antes, dia 26 de março, o chefe do Executivo já tinha afirmado que não havia possibilidade de dar o reajuste de salário neste ano.
“Então já deixei bem claro que não vou dar reajuste para ninguém. Esse ano não existe essa possibilidade.”
Em fevereiro, o governador do DF anunciou o pagamento do reajuste de 3% para Polícia Civil do DF em seis parcelas até 2021. Para ele, a situação dos civis é diferente. “Eles não tiveram nenhum tipo de aumento durante esse período”, afirmou. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros do DF também encaminharam pedidos de reajuste ao governo. Os militares querem paridade salarial com a Polícia Civil.
O governador afirmou que é necessário economizar e entregar mais serviços à população com o orçamento disponível.
“Nesse primeiro período é de se conhecer a secretaria realmente, de estruturar a secretaria. Mas pedi que haja maior número de entregas nos próximos 100 dias. Pedi também uma mensagem de economia porque não existe dinheiro”.