Diante da ausência de intérpretes de Libras (língua brasileira de sinais) no plenário e comissões da Câmara Legislativa, manifestantes com deficiência que participavam de uma audiência na Casa cobraram mais acessibilidade nesta quinta-feira (22/8).
“Essa reivindicação já foi feita aqui há vários anos e ainda não houve negociação. Os nossos surdos e mudos não têm condições de acompanhar o que é feito e discutido aqui. Se não derem uma resposta em 15 dias, vamos ocupar esta Casa, como fizerem os estudantes”, ameaçou Sueide Miranda, presidente do Instituto Cultural, Educacional e Profissionalizante de Pessoas com Deficiência (ICEP Brasil).
Na audiência pública, os manifestantes participaram do debate sobre mais vagas de emprego nas empresas públicas e privadas, além de mais acesso à qualificação profissional.
O presidente da Câmara Legislativa, deputado Wasny de Roure (PT), destacou a relevância do debate sobre as dificuldades de emprego que afetam as pessoas com deficiências e se comprometeu a estudar a reivindicação feita à Casa para a contratação de intérpretes de Libras.
O secretário de Trabalho, Renato Andrade, disse aos participantes da audiência pública que o governo local tem implantado vários programas inclusivos. Ele lamentou que, em muitos casos, a falta de informação atrapalhe uma maior adesão aos benefícios criados, citando o caso do Qualificopa – para o qual, segundo ele, só 11 pessoas com deficiência se inscreveram. “Temos também um programa de empréstimos que estimula o empreendedorismo para os que querem ter seus próprios negócios”, anunciou.
A coordenadora do programa acadêmico da APAE-DF, Kelly Assunção, explicou as iniciativas desenvolvidas pela instituição, informando que, por meio de parcerias, a instituição abre mais vagas para pessoas com deficiências no mercado de trabalho do DF: “Mas precisamos de mais apoio para estimular as habilidades dessas pessoas”.