Seis pessoas foram presas temporariamente, na manhã desta sexta-feira (3), durante a 5ª fase de uma operação da Polícia Civil no Distrito Federal. Os agentes cumpriram mandados de prisão contra três médicos e três funcionários de uma empresa de equipamentos cirúrgicos. O grupo é suspeito de participar do esquema que ficou conhecido como “máfia das próteses”.
Segundo a investigação, o grupo superfaturava o preço de órteses e próteses pelo plano de saúde, usava produtos de baixa qualidade e até realizava cirurgias sem necessidade. As próteses servem para substituir parcial ou totalmente um membro, órgão ou tecido, enquanto as órteses auxiliam nas funções de uma dessas partes do corpo.
A operação deve ainda cumprir 15 mandados de busca e apreensão até o fim do dia. Três deles já ocorreram na cidade de São Paulo, onde um funcionário da empresa investigada foi preso.
Seringas apreendidas na 5ª fase da operação ‘Mr. Hyde’, que investiga esquema de próteses no DF — Foto: PCDF/Divulgação
No DF, os médicos suspeitos são donos de clínicas particulares em Sobradinho. Além disso, a polícia investiga se dois funcionários – chamados de “testa de ferro” – teriam sido usados como “laranjas” e emprestado o nome para abrir empresas de equipamentos cirúrgicos.
Máfia das próteses
Polícia Civil realiza a 5ª fase da máfia das próteses — Foto: Mara Puljiz/TV Globo
A investigação busca desarticular organizações criminosas integradas por médicos, hospitais e empresas fornecedoras de materiais cirúrgicos, segundo a Polícia Civil.
De acordo com a polícia e o Ministério Público, o esquema investigado na operação movimentou mais de R$ 30 milhões nos últimos anos. As investigações apontam que “centenas de pacientes” tenham sido lesados pelo esquema.
Material apreendido pela Polícia Civil do DF na 5ª fase da operação que investiga esquema que ficou conhecido como ‘máfia das próteses’ — Foto: PCDF/Divulgação
Pelas informações do inquérito, a atuação envolvia cirurgias desnecessárias, superfaturamento de equipamentos, troca fraudulenta de próteses e uso de material vencido em pacientes é “milionário”. As pessoas e empresas citadas negam irregularidade.
Existem casos de cirurgias sabotadas para que o paciente fosse continuamente operado, gerando lucro para o esquema, dizem os investigadores.
Ainda segundo a polícia, uma testemunha que tentou denunciar o esquema sofreu tentativa de homicídio. “Deixaram um fio-guia de 53 cm na jugular de uma paciente para matá-la.”