Uma servidora da Secretaria de Educação foi assassinada em um prédio do órgão, na manhã desta segunda-feira (20/5). O crime aconteceu no interior da Coordenação Regional de Ensino do Plano Piloto e Cruzeiro, na 511 Norte, onde funciona, desde o fim de abril, a Subsecretaria de Gestão de Pessoas da pasta.
Segundo informações da Polícia Miliitar do Distrito Federal (PMDF), o policial civil Sergio Murilo dos Santos, que teve relacionamento com a vítima, entrou no prédio, foi até o terceiro andar e disparou contra ela ao menos duas vezes. Ele se matou em seguida. A servidora foi identificada como Debora Tereza Correa, 43 anos.
As informações foram confirmadas ao Correio pelo secretário Rafael Parente, que cancelou a agenda da manhã e se deslocou para o local do crime. Logo depois, ele confirmou o crime também pelo Twitter. “Houve um homicídio agora na nova Sede II, na 511 norte. Estou a caminho. A Caravana da Educação da Regional do Núcleo Bandeirante está suspensa”, escreveu.
Houve um homicídio agora na nova Sede II, na 511 norte. Estou a caminho. A Caravana da Educação da Regional do Núcleo Bandeirante está suspensa. O primeiro relato é de que um homem matou a esposa e se suicidou.
— Rafael Parente (@Rafael_Parente) 20 de maio de 2019
Ainda de acordo com o secretário, Debora era servidora desde 2001 e já foi lotada em escolas e na Escola de Formação Eape. “É muito triste. Será que vamos ter que colocar detector de metais em todos os lugares? Não queria que chegasse a esse ponto. Estou muito abalado”, afirmou Parente, já diante do prédio.
Parente disse ainda que o assassino tinha sido namorado de Debora. “Eles se conheciam. Ele chegou aqui procurando por ela, se identificou na entrada e foi até ela. Eles discutiram e, quando ela ia voltar para a sala dela, ele deu os tiros e depois atirou no próprio olho”, contou.
A Polícia Civil confirmou que Murilo fazia parte da corporação e afirmou, em nota, que “lamenta profundamente o episódio”. “As circunstâncias estão sendo apuradas”, informava o texto. O delegado destacado para o caso disse que Debora já havia prestado queixa contra Murilo, que, segundo testemunhas, agiu de forma “fria” e chegou a sorrir ao ver Debora.
O governador Ibaneis Rocha classificou o crime como “bárbaro, cruel” e disse que, além dos esfroços governamentais, o combate ao feminicídio exige a colaboração de toda a sociedade, de vizinhos ao Poder Judiciário.
Pânico e terror
Segundo a servidora Isabel Helena Rabelo, 47 anos, ao ouvir os tiros, muitos pensaram que se tratava de algum objeto caindo. Outros servidores acreditaram ser barulho de uma reforma que está sendorealizada nos banheiros.
“Foram três tiros muitos altos. Pensamos que era armário caindo de tão alto que foi. Quando falaram que era tiro foi um momento de pânico e terror. Todo mundo correndo e descendo as escadas”, contou a servidora.