O novo diretor de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Rômulo Henrique da Cruz, foi condenado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em 2011, quando o gestor trabalhava na Fundação Nacional da Saúde, no Amazonas.
Rômulo Cruz foi responsável por autorizar uma licitação que, segundo o TCU, estava repleta de “vícios” para beneficiar a empresa vencedora. O contrato era destinado a serviços de limpeza do órgão e acabou não sendo assinado por intervenção do tribunal.
As investigações apontam que a empresa selecionada deveria ter sido eliminada por ter enviado a proposta fora do prazo estipulado no edital e, também, por ter dívidas com o governo federal.
Fachada da Vigilância Ambiental do Distrito Federal — Foto: TV Globo/Reprodução
Em nota, a Secretaria de Saúde afirmou que Rômulo Cruz é servidor de carreira e que teve as contas aprovadas pelo TCU. Sobre o episodio da licitação, a pasta também disse que o gestor apresentou todas as justificativas e que elas foram aceitas pelo tribunal.
O novo diretor de Vigilância assumiu o lugar de Petrônio da Silva Lopes, que pediu demissão na última quinta-feira (23) em meio à explosão de casos de dengue no DF.
Naquela semana, a Secretaria de Saúde divulgou boletim epidemiológico em que apareciam 19.812 mil notificações de dengue entre janeiro e 11 de maio deste ano. O número é 12 vezes maior que no mesmo período do ano passado.
O subsecretário de Vigilância à Saúde do DF, Divino Martins — Foto: TV Globo/Reprodução
Subsecretaria de Vigilância à Saúde
O subsecretário de Vigilância à Saúde também é novo no cargo, mas é figura conhecida no governo. Divino Martins assumiu o posto de Elaine Morelo, que foi exonerada nesta segunda (27) por tirar folga e viajar para a Argentina em meio à crise de dengue no DF.
Martins foi diretor da Vigilância Ambiental na gestão do ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB), quando um relatório da Controladoria-Geral da União identificou superfaturamento e dispensa de licitação sem necessidade entre 2015 e 2016.
As irregularidades no processo causaram um prejuízo de R$ 1,2 milhão. O documento também indica que o GDF:
- Demorou para comprar carros de “fumacê”
- Usou quantidade inferior à necessária de produtos para o combate à dengue, como inseticidas e larvicidas
- Deixou de fazer o devido alerta à população sobre os casos de dengue e formas de combate ao mosquito
- Não conseguiu controlar o estoque dos produtos usados para matar o mosquito
Na época, em entrevista à TV Globo, Divino argumentou que a quantidade de casos havia superado todas as previsões. No entanto, a justificativa não convenceu e o GDF foi obrigado a devolver mais de R$ 1,4 milhão ao governo federal em agosto do ano passado.