Após uma acirrada disputa interna, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, será empossado, nesta segunda-feira (10/6), presidente do diretório paulista do PSL. Mas seu nome não é consenso. Nas últimas semanas, o parlamentar enfrentou um movimento de oposição liderado por Alexandre Frota (SP), seu colega na Câmara dos Deputados, que contesta a forma como Eduardo foi escolhido e promete “colocar fogo” no partido durante sua gestão. O pano de fundo é a disputa pela Prefeitura de São Paulo no ano que vem.
Alinhado ao grupo do governador João Doria, o grupo de Frota defende que o PSL escolha a também deputada federal Joice Hasselmann, líder do governo no Congresso, para disputar a eleição municipal, enquanto Eduardo e o senador Major Olímpio rejeitam uma aproximação com os tucanos e trabalham pela candidatura de José Luiz Datena. Em 2018, o apresentador chegou a se lançar ao Senado pelo DEM, mas neste ano negocia a filiação ao PSL.
Também cotada para a vaga de candidata a prefeita, a deputada estadual Janaína Pascoal tenta se manter neutra no debate interno. “Fiquei neutra, como tenho ficado em todas as questões partidárias. Defendo as candidaturas avulsas. Até por coerência não me envolvo em nada que diga respeito a partidos. Mas gosto de ambos. Não quero nenhum cargo partidário. Penso que Joice seja um bom nome, mas há outros tantos. Somente a própria pessoa pode decidir. Só sei que não serei eu”, disse a deputada.
Solução
A solução final – com Eduardo na presidência do PSL de São Paulo – foi articulada pelo deputado federal Luciano Bivar (PE), presidente nacional. Mas o racha se espalha pelo partido. Para Olímpio, Frota critica a escolha de Eduardo sem fundamento. “O Frota tenta fazer barulho sem ter o menor conhecimento do estatuto. Isso só causa turbulência negativa”, disse o atual presidente da sigla.
“Gosto do Major Olímpio ainda, apesar de ele ter corrido nas eleições com Márcio França e eu e Joice com João Doria. Na campanha, fomos ‘Bolsodoria’, não ‘Bolsofrança’. Respeito a opinião dele, mas não concordo. Barulho faz parte da política, ele sabe disso”, respondeu Frota.
O deputado disse, ainda, que não foi contra a escolha de Eduardo, mas sim contra a “forma” como o processo foi conduzido. “Estou aguardando há dez dias os documentos de prestações de conta do diretório estadual e até agora não me enviaram”, afirmou Frota.
Nesse domingo (9/6), o parlamentar compartilhou nas redes sociais uma reportagem multimídia do jornal O Estado de S. Paulo sobre os seis meses do caso Fabrício Queiroz – o ex-assessor de Flávio Bolsonaro investigado por movimentações financeiras atípicas. O PSL tem 271,7 mil filiados e planos de lançar candidato a prefeito em todas as cidades onde estiver organizado.