Estelionatários que se passavam por servidores do Departamento de Trânsito (Detran) do Distrito Federal para aplicar golpes são investigados pela Polícia Civil.
Os suspeitos usavam nomes de diretores e de coordenadores do órgão com a promessa de zerar dívidas de motoristas. Até a publicação desta reportagem, ninguém tinha sido preso.
As ofertas dos criminosos chegavam pelo celular. “Trabalhamos com retiradas de multas e IPVA”, dizia a primeira mensagem. Os anúncios eram disparados em grupos de conversas por um suposto despachante do Detran.
Mensagem enviada por estelionatários que se passavam por funcionários do Detran-DF para zerar dívidas de motoristas — Foto: TV Globo/Reprodução
Em uma conversa flagrada pela TV Globo, um motorista interessado diz que quer negociar o licenciamento de uma moto. A dívida dele estaria em mais de R$ 3 mil. Em resposta, o “despachante” afirma que cobraria R$ 1,5 mil para zerar o passivo.
Quando o motorista pergunta se “tem garantia de que vai dar certo”, o criminoso encaminha uma mensagem de elogio de um suposto cliente e acrescenta: “Um contato dentro do Detran limpa tudo”.
Mensagem enviada por estelionatários que se passavam por funcionários do Detran-DF para zerar dívidas de motoristas — Foto: TV Globo/Reprodução
De acordo a polícia, depois que as vítimas pagavam o valor cobrado para “limpar o nome”, os criminosos desapareciam. Desde 2017, os criminosos usaram os nomes de, pelo menos, oito servidores do Detran.
Entre eles, estava o atual assessor de comunicação Glauber Peixoto. No ano passado, quando descobriu que estava servindo de isca para atrair motoristas endividados, Glauber ocupava o cargo de diretor de Policiamento e Fiscalização.
“Estavam utilizando meu nome através de uma imagem da internet que nem era minha, era uma imagem de um outro servidor, dando garantia de que iam tirar multas, que iam vender veículos de leilão mais baratos”, disse o servidor.
O assessor de comunicação do Detran-DF Glauber Peixoto — Foto: TV Globo/Reprodução
O caso está sendo investigado pela Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos. A suspeita é que o grupo criminoso tenha usado, também, o nome de policiais militares do DF e de outros estados.