O número de emergência do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), acionado pelo 192, recebeu nos últimos cinco meses 300 mil ligações, no Distrito Federal. Mas, desse total, 26 mil foram trotes.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (3), pela Secretaria de Saúde do DF. Segundo o Samu, a maior parte das ligações – 6,6 mil – ocorreu em janeiro, durante o período das férias escolares.
Para evitar que os trotes se repitam agora, em julho, o serviço faz uma campanha de alerta contra a prática. Segundo o médico e diretor do Samu, Alexandre Garcia, o “projeto Samuzinho”, chama a atenção dos pais para que conversem com os filhos para que não pratiquem trotes.
“É importante que os pais conversem com as crianças, explicando que enquanto elas brincam com esse tipo de ligação, pessoas estão sendo prejudicadas pela falta do atendimento.”
A Secretaria de Saúde explica que não há uma legislação específica para a criminalização do trote. Mas no momento está acontecendo um alinhamento entre o Samu e o Ministério Público para a elaboração de um projeto com a finalidade de criminalizar telefonemas falsos.
Transtornos
Ambulância do Samu, no DF. — Foto: Tony Winston/Agência Brasília
As equipes do Samu têm vários casos de trotes que acabam provocando transtornos no serviço e prejudicam quem precisa de atendimento. Um exemplo foi um telefonema de que alguém estaria se afogando no Lago Paranoá, em Brasília.
Uma equipe de atendimento foi de helicóptero até o local. Mas, quando chegou, não havia ocorrência.
“Acaba atrapalhando a assistência a quem realmente precisa”.
Segundo o diretor do Samu, além de tirar a oportunidade de quem realmente precisa, ainda há gastos desnecessários de recursos públicos.
Para pedir socorro é preciso ter informações precisas como:
- Tipo de emergência
- Endereço completo e preciso
- Informações sobre o solicitante
Em 2018, do total de 903 mil ligações recebidas pelo Samu, 78 mil foram trotes. Entre janeiro e maio do ano passado, foram 25 mil ligações de vítimas inexistentes, mil a menos do que no mesmo período de 2019.