O ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB) deu entrada, nesta semana, com pedido de aposentadoria por tempo de serviço. A solicitação foi feita às vésperas de seu aniversário, no dia 13 de julho. Ele é servidor do Senado desde 1980, data de sua admissão, no cargo de analista legislativo. No mês de junho, recebeu remuneração de R$ 26.223,38, já com os descontos obrigatórios.
“Já tenho o tempo de contribuição. No sábado, faço 60 anos. Cumpri 39 anos e meio de serviço público. Entrei no Senado em 9 de janeiro de 1980”, disse ao Metrópoles.
Rollemberg afirmou que a aposentadoria não é uma fuga da polêmica reforma da Previdência em curso no Congresso Nacional. De acordo com o ex-governador, pelo tempo de contribuição qualquer reformulação previdenciária aprovada pelos congressistas não teria condições de atingi-lo.
Sem concurso
Apesar de integrar o quadro do Senado Federal, Rollemberg não ingressou no Legislativo por meio de concurso público. De família ligada a políticos e magistrados, conseguiu entrar para a lista de servidores da Casa no chamado “trem da alegria”. À época, cerca de 1,5 mil pessoas foram efetivadas como servidores sem a realização de certame público.
Após dispensa das provas de aptidões, os funcionários foram contratados com direito à estabilidade no trabalho e à aposentadoria integral – sem submissão ao teto do INSS –, por exemplo. À ocasião, a lei já previa que o concurso deveria ser a principal forma de ingresso no serviço público, mas abria espaço para exceções.
Vazamento
O pedido ocorre em meio à investigação feita pela Polícia Civil do DF do suposto vazamento de informações sobre operação contra o tráfico de drogas envolvendo pessoas de alto poder aquisitivo.
Escutas autorizadas pela Justiça de ligações entre traficantes apontam que Rollemberg, quando era titular do Palácio do Buriti, teria tomado conhecimento das diligências e vazado informações sigilosas para proteger o filho Pedro Ivo, um dos alvos da operação.
O ápice da apuração sobre tráfico de drogas que alcançou o filho do ex-governador ocorreu em 2018, justamente no ano da campanha eleitoral, quando Rollemberg tentava sua reeleição.