O presidente Jair Bolsonaro voltou a reafirmar que usará uma das duas indicações que terá para o Supremo Tribunal Federal (STF) para definir um ministro “terrivelmente” evangélico. E falou isso em duas ocasiões na manhã desta quarta-feira (10/7). Primeiramente, em um culto na Câmara dos Deputados. Depois, em sessão solene de celebração dos 42 anos da Igreja Universal do Reino de Deus.
As indicações ao STF são feitas pelo presidente da República à medida em que uma vaga abre na Corte. Normalmente, a vacância ocorre em decorrência das aposentadorias compulsórias dos magistrados, quando completam 75 anos. Durante o mandato de Bolsonaro, dois ministros se aposentarão compulsoriamente até 2022. Celso de Mello, em novembro de 2020, o decano da Corte. E Marco Aurélio Mello, em julho de 2021.
Aos religiosos nesta manhã, o presidente disse que não recuará no posicionamento de indicar um evangélico à Corte. “Reafirmo meu compromisso aqui. O Estado é laico, mas nós somos cristãos. Entre as duas vagas que terei direito para indicar, um será ‘terrivelmente’ evangélico. Meu muito obrigado a todos vocês”, declarou Bolsonaro.
Em outras ocasiões o presidente reafirmou o desejo de indicar um evangélico. Em café da manhã com jornalistas, em 14 de junho, disse que tomaria essa decisão sinalizando que um religioso poderia “sentar em cima” de processos como a criminalização da homofobia, ao pedir vista e trancar a pauta na Corte. “Com todo o respeito, mas (criminalizar homofobia) é uma decisão completamente equivocada. Além de (o STF) legislar, está aprofundando a luta de classes. Se tem um evangélico lá, pedia vista em cima desse processo e ‘senta lá em cima’ por anos”, sustentou à época.