Mulheres interessadas em colocar o Dispositivo Intrauterino (DIU) podem procurar qualquer Unidade Básica de Saúde (UBS) do Distrito Federal. O contraceptivo é oferecido gratuitamente nos postos de saúde e a colocação é feita no consultório, sem exigir internação.
De acordo com ginecologista da Secretaria de Saúde, Marta de Betânia, mulheres em idade reprodutiva e sexualmente ativas podem utilizar o método – incluindo adolescentes e quem ainda não têm filhos.
O dispositivo é uma pequena haste em forma de T, colocada dentro do útero. O sistema libera substâncias que tornam o ambiente desfavorável ao espermatozoide, impedindo que ele fecunde o óvulo.
A eficácia do DIU é ainda maior do que a dos anticoncepcionais orais. Enquanto a pílula tem uma taxa de falha, na prática, de 8% no primeiro ano de uso, o DIU de cobre tem uma taxa de falha, na prática, de 0,8% no primeiro ano de uso.
O DIU pode permanecer no corpo durante um período que pode variar de cinco a dez anos, dizem os médicos.
O DIU de cobre não tem hormônio e não inibe a menstruação. Ele pode ser retirado a qualquer momento, se a mulher desejar ou se ocorrer algum problema, explicam os ginecologistas.
De acordo com a chefe da Assessoria de Redes de Atenção à Saúde, Camila Gaspar, quando a paciente manifesta interesse em colocar o DIU, ela é orientada a fazer o preventivo de câncer de colo do útero, realizar tratamento para vulvovaginite prévia e agendar para colocar o dispositivo durante o período menstrual.
“A Atenção Primária de Saúde tem realizado capacitações, a fim de aumentar a quantidade de servidores qualificados para realizar o procedimento.”
A médica Fabiana Fonseca, da UBS 3 do Guará, já passou pela capacitação, juntamente com profissionais das equipes de Estratégia Saúde da Família da unidade.
“Antes, somente uma ginecologista fazia a implantação do DIU. Agora, com a capacitação, temos mais profissionais realizando o procedimento.”
‘Queremos DIU’: mulheres fazem fila em hospital do DF em busca de contraceptivo gratuito
Segundo Fabiana, por semana, somente a sua equipe coloca DIU em dez mulheres, em média. O procedimento dura de sete a 15 minutos, entre a implantação e uma conversa posterior para serem repassadas as informações para a paciente.
Planejamento familiar
O uso de métodos contraceptivos e sua distribuição na rede pública fazem parte da Política Nacional de Planejamento Familiar, criada em 2007. Ela inclui oferta de oito métodos contraceptivos gratuitos e também a venda de anticoncepcionais a preços reduzidos na rede Farmácia Popular.
Dados de uma pesquisa feita pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz apontam que 55% das gestações, no Brasil, não são planejadas.