Em um relatório divulgado no dia 12 de agosto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que 364 808 casos de sarampo foram notificados de janeiro a julho de 2019, em 181 países. O número é quase três vezes maior do que o do mesmo período de 2018 – na ocasião, foram 129 239 infecções.
E fica pior: a entidade alerta que a quantidade de casos de sarampo provavelmente é bem maior do que o reportado no relatório. Estima-se que menos de um a cada dez episódios da doença são notificados para a OMS. Um cenário mais grave só foi observado em 2006.
A África foi o continente com maior aumento de casos: 900% a mais! Os piores surtos no momento estão acontecendo em Angola, Camarões, Chade, Cazaquistão, Nigéria, Filipinas, Sudão e Tailândia.
Apenas o sudeste da Ásia e a região das Américas tiveram uma redução nos episódios de 2018 para 2019, da ordem de 15%. Ainda assim, o Brasil segue sofrendo com essa encrenca: 907 casos foram confirmados entre 5 de maio e 3 de agosto, segundo o Ministério da Saúde. Eles estão concentrados em São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia.
Infelizmente, a taxa de vacinação aqui está deixando a desejar. Em 2017, apenas 79% do público-alvo recebeu as duas doses. Para evitar surtos, a meta é chegar a 95%. Dados da OMS e da Unicef dão conta de que, em 2018, 69% das crianças ao redor do globo receberam a segunda dose.
Uma cobertura tão baixa pode abrir as portas inclusive para a rubéola, outra enfermidade prevenível com as vacinas tríplice e tetravirais. Alguns casos isolados dessa infecção já surgiram na América Latina.
Por causa dos surtos, até bebês de 6 meses a 1 ano estão sendo orientados a tomar a vacina contra o sarampo se forem para locais com casos notificados. Além disso, muitos adultos acham que estão imunizados quando, na realidade, não cumpriram o calendário de vacinação direito.