O Supremo Tribunal Federal retoma nesta quinta-feira o julgamento que pode anular 32 condenações da Operação Lava-Jato, beneficiando até 143 condenados.
O caso em questão é um habeas corpus pedido pela defesa do ex-gerente da Petrobras Márcio Almeida Ferreira, que pede a suspensão de sua condenação por entender que o réu não teve garantido o direito constitucional de apresentar suas alegações finais após os delatores, também réus. Ontem, o relator da Lava Jato no Supremo, Edson Fachin, negou o pedido, mas a sessão foi encerrada na sequência, para ser retomada hoje.
A grande questão é se a corte manterá o entendimento mantido em outro julgamento, há três semanas. No último dia 27 de agosto, o Supremo anulou a condenação por corrupção e lavagem de dinheiro do ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine, por 3 votos a 1.
A corte entendeu que o réu deveria ter tido o direito de apresentar suas alegações finais após as acusações de seus delatores, o que na prática não ocorreu.
Após a decisão, que pela primeira vez anulou uma condenação expedida pelo então juiz Sergio Moro, outros quatro réus da Lava-Jato em situação semelhante pediram a revisão de suas condenações ao STF.
O habeas corpus a ser julgado hoje, remetido ao plenário pelo relator da operação na corte, ministro Edson Fachin, é o primeiro deles e deve determinar a postura dos ministros para os demais casos.
A defesa de Ferreira alega que o ex-dirigente sofreu grave constrangimento ilegal por não poder apresentar as alegações finais após a manifestação dos seus delatores.
A tendência é que corte adote um caminho do meio, e só anule a sentença de condenados cuja defesa tenha entrado com recurso contra o veto às alegações finais. É o caso de Bendine.
Fachin foi voto vencido no julgamento que levou à suspensão da condenação de Bendine. A ver se a história se repete nesta quinta-feira.