O julgamento da arquiteta Adriana Villela, de 55 anos, acusada de ter sido a mandante do assassinato dos pais e da empregada da família em 2009, chegou ao 10º dia nesta quarta-feira (2). A sessão foi aberta às 9h21 e prevê o debate entre a acusação e a defesa.
Cada parte terá 1 hora e 30 minutos para apresentar os argumentos. Em seguida, defesa e acusação fazem a réplica, com 1 hora para cada. Fica a critério da promotoria e dos advogados usar o direito da tréplica, que também tem limite máximo de 1 hora.
Em seguida, os jurados devem se reunir para definir se a arquiteta é culpada ou inocente. O julgamento de Adriana Villela começou no dia 23 de setembro e já passa das 90 horas de duração – por isso, é considerado o mais longo da história do Distrito Federal.
Crime da 113 Sul: julgamento de Adriana Villela começou nesta segunda-feira (23) — Foto: Afonso Ferreira/G1
Nesta terça-feira (1º), Adriana prestou depoimento no Tribunal do Júri de Brasília, onde o interrogatório durou cerca de 8 horas. A arquiteta respondeu aos questionamentos do juiz Paulo Rogério Santos Giordano, da defesa e dos jurados, mas se recusou a atender ao Ministério Público, por orientação dos advogados.
Ela é acusada de ser a mandante do assassinato do pai, o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela; da mãe, Maria Villela; e da empregada da família, Francisca Nascimento. Os assassinatos há dez anos, no caso que ficou conhecido como “o crime da 113 Sul” (relembre ao final da reportagem).
Entenda o caso
Adriana Villela chega ao tribunal para 9º dia de julgamento; ré chegou acompanhada do advogado (D), do irmão (E) e da filha — Foto: Afonso Ferreira/TV Globo
Adriana Villela, de 55 anos, é ré por triplo homicídio em um processo com mais de 20 mil páginas. No dia do crime, no sexto andar do bloco C da 113 Sul, quadra nobre de Brasília, foram assassinados:
- O pai dela, José Guilherme Villela, 73 anos, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com 38 facadas
- A mãe dela, Maria Carvalho Mendes Villela, 69 anos, advogada, com 12 facadas
- A empregada doméstica da família, Francisca Nascimento da Silva, 58 anos, com 23 facadas
Os corpos foram achados, já em estado de decomposição, em 31 de agosto de 2009, na Asa Sul. A perícia demonstrou que as vítimas foram assassinadas em 28 de agosto de 2009, por volta das 19h15.
Maria Carvalho Mendes Villela e José Guilherme Villela, mortos em 2009 em apartamento na Asa Sul — Foto: Arquivo pessoal
Adriana sempre negou todas as acusações. A defesa dela argumenta que o “processo é uma distorção psicológica feita pelo Ministério Público”. O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, alega que uma “linha do tempo” feita pela defesa comprova todos os passos da acusada no dia do crime.
Já o MP sempre disse ter convicção de que Adriana esteve na cena do crime e foi a mandante dos três assassinatos. Para a acusação, ela tinha desentendimentos com os pais por causa de dinheiro, e essa seria a motivação dos crimes.
Caso ocorreu em 2009 e ficou conhecido como ‘crime da 113 Sul, em Brasília — Foto: TV Globo/Reprodução
Em 2013, três homens foram condenados pela execução dos homicídios. Somadas, as penas de Leonardo Campos Alves, Paulo Cardoso Santana e Francisco Mairlon Barros Aguiar passam de 177 anos de prisão.