O Centro Educacional (CED) 416, em Santa Maria, aderiu ao modelo de gestão compartilhada com a Polícia Militar do Distrito Federal. A votação ocorreu na noite desta terça-feira (1º).
De acordo com a Secretaria de Educação, 87,05% da comunidade escolar disse “sim” à mudança. O resultado foi divulgado às 23h30. Do total de votantes, 12,95% discordaram da implementação.
Esta é a 10ª escola pública do DF a aderir à militarização (veja abaixo como funciona). A votação envolveu cerca de 300 pessoas, entre servidores do colégio, pais e alunos. Antes de dar o voto, os participantes ouviram os argumentos contrários e favoráveis à proposta.
O diretor Eduardo Rodrigues dos Reis, responsável pela unidade, afirmou que a gestão compartilhada faz com que os professores concentrem a atenção nas atividades pedagógicas “já que questões comportamentais passam a ter o auxílio dos policiais”
A única pessoa a falar abertamente contra a proposta no local foi o diretor do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro), Fernando Reis, que questionou o apoio da polícia na segurança no entorno da escola.
“Nós precisamos dessa parceria da PM. Mas colocar os 20 [militares] aqui dentro? E na rua?”, questionou.
O chefe da unidade de políticas públicas da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), Eduardo Holanda, afirmou que a PM vai reforçar o policiamento também no perímetro escolar
Alunos do CED 7 de Ceilândia hastearam a bandeira no primeiro dia de gestão compartilhada com a PM — Foto: Victor Gomes / G1DF
Como funciona a militarização
A proposta de gestão compartilhada faz parte do programa de governo de Ibaneis Rocha (MDB). No início do ano letivo de 2019, escolas localizadas na Estrutural, em Ceilândia, no Recanto das Emas e em Sobradinho serviram de “projeto piloto”.
Segundo o GDF, as regiões foram escolhidas porque apresentam “alto índice de criminalidade” e têm estudantes com “baixo desempenho” escolar.
O plano agora é de implementar o projeto em 40 escolas até 2020. Desde o início do ano outras instituições já aderiram ao projeto.
Como está a adesão à gestão militarizada no DF
Até esta quarta-feira (2), dez escolas públicas do Distrito Federal aceitaram a nova gestão:
- Centro Educacional 3 de Sobradinho
- Centro Educacional 308 do Recanto das Emas
- Centro Educacional 1 da Estrutural
- Centro Educacional 7 de Ceilândia
- Centro Educacional Condomínio Estância III de Planaltina
- Centro Educacional 1 do Itapoã
- Centro de Ensino Fundamental 19 de Taguatinga
- Centro de Ensino Fundamental 1 do Núcleo Bandeirante
- Centro de Ensino Fundamental 407 de Samambaia
- Centro Educacional (CED) 416 de Santa Maria
Desde o começo do ano, apenas duas escolas votaram contra a militarização em Brasília. O Gisno (Asa Norte) e o CEF 407 (Samambaia) disseram não à proposta. Em seguida, o colégio de Samambaia optou pela gestão compartilhada.
À época, a negativa fez com que o governador Ibaneis Rocha (MDB) afirmasse ao G1 que iria implementar o modelo “de qualquer jeito”