São Paulo – Desde que a ovelha Dolly foi clonada, em 1996, ficou provado que a humanidade aprendeu a recriar mamíferos biologicamente idênticos aos originais. Essa técnica é uma das principais responsáveis pelo crescimento anual de 6.9%, entre 2019 e 2024, do faturamento global do setor de biotecnologia animal, segundo estimativa da consultoria indiana Mordor Intelligence. Ainda assim, a clonagem de memórias não é possível atualmente. Um animal clonado desenvolve novas memórias e cria personalidade própria. Agora, uma empresa chinesa tenta resolver isso ao transferir as memórias de cães e gatos para novos corpos clonados.
Chamada Sinogene Biotechnology Company, a companhia trabalha para criar uma tecnologia que permita que os animais clonados sejam como os originais. A empresa considera o uso de técnicas de inteligência artificial, campo da tecnologia da informação que simula o funcionamento do cérebro, para armazenar as memórias dos bichos de estimação. As informações foram publicadas em uma reportagem do Global Times, um jornal controlado pelo partido comunista chinês.
Apesar de ser controverso, o procedimento de clonagem já existe. Nos Estados Unidos, por exemplo, empresas como a Viagen Pets, baseada no estado do Texas, preservam o material genético de animais de estimação por 1.600 dólares. A clonagem, em si, sai mais cara. Para cães, o valor chega a 50 mil dólares. Gatos, custam 35 mil dólares. E os mais caros são os cavalos, que custam 85 mil dólares cada.
A Sinogene não informa uma estimativa para sua tecnologia de transferência de memórias de animais de estimação chegar ao mercado. Se a empresa conseguir esse feito, cães e gatos poderão “viver para sempre” em diferentes corpos, mas com as mesmas memórias e personalidade. Mas, além do desafio tecnológico, a clonagem de animais enfrenta resistências éticas no mundo e é proibida em muitos países, apesar de ser um procedimento permitido em países como Estados Unidos, China e Coreia do Sul.