Brasília serviu de palco para a revelação de muitos sucessos, como Zélia Duncan, Cássia Eller, Capital Inicial, Legião Urbana, Móveis Coloniais de Acaju, Natiruts e Scalene. A capital, antes intitulada como do rock, provou que mistura é a palavra que melhor define a cena musical da cidade. Com artistas e bandas sempre em ascensão, uma nova turma movimenta a cena, sendo eles do rock, do samba ou do rap. Vix Russel, Aguaceiro, O Tarot, Lupa, Moara, Natália Carreira, Ellefante, Raquel Reis, Kel, Anéis de Marte, Puro Suco e João Pedreira são alguns desses nomes.
Kel
Há menos de três meses, o brasiliense lançou o primeiro álbum da carreira, Treeze, em todas as plataformas digitais e acumula, nas oito faixas, mais de 6 mil de visualizações no YouTube. Vindo do samba, o cantor iniciou a carreira como vocalista e percussionista em um grupo de pagode. “Essa é a minha raiz e a minha identidade musical, a partir disso eu tive coragem de começar produzir minhas coisas em R&B”, conta o músico.
Atualmente, Kel investe em um trabalho que passeia entre as vertentes da black music. Beats, tanto de rap quanto do trap e pegadas de pop marcam o trabalho do compositor. “A minha estética é essa, meu flow é mais R&B e é mais cantado, e existe esse paralelo entre o pagode e o R&B, até porque o som que a gente faz aqui é criado a partir de uma identidade brasileira”, pontua.
Moara
A brasiliense Moara é hoje um dos nomes de destaque da nova música brasileira na capital. Ela envolve diferentes influências sonoras nos trabalhos, como MPB, R&B e samba. Há um pouco mais de um ano, a compositora lança Do começo ao fim, lançado em agosto. Com mais de dois anos percorrendo os palcos brasilienses, a cantora se destaca em apresentações fora do Distrito Federal. “A cena está acontecendo em Brasília e a gente tem recebido muita demanda para tocar fora, ou seja, os outros estados sabem do que acontece aqui”, afirma a compositora.
Natália Carreira
Com a carreira iniciada em 2017, a compositora e cantora brasiliense Natália Carreira estreou na música com o lançamento do EP Pertencer. Transitando entre a nova MPB e o indie pop, Natália canta sobre a vida. “Eu sempre cantei, sempre tive muito interesse, facilidade e oportunidade com música. Canto desde que me entendo por gente. Mas apenas comecei a levar a sério uma carreira musical há cerca de três anos, quando comecei a investir nas minhas composições”, relembra Natália. A cantora defende a qualidade do trabalho dos conterrâneos. “É a coisa mais linda, acho que temos muitos artistas muitos bons e com estilos e ideias bem diferentes entre si, temos capacidade de fazer festivais inteiramente brasilienses com muita qualidade”, pontua.
Aguaceiro
Composto por Taís Cardoso (voz e violão), Lucas Maranhão (voz e guitarra), Gabriel Peres (bateria) e Davi Figueiredo (baixo), o quarteto lançou o álbum de estreia, Tudo que podia. Com influências na música brasileira e internacional, a banda canta MPB. Passeando entre a expressividade das letras e do rock e entre as referências da música popular. “A cena ultrapassou essa barreira do estilo musical, é muito da relação de pertencer a cidade. São tantas bandas, de tantos estilos, que uma cena específica não se encaixa mais”, pontua Lucas.
Puro Suco
A dupla Puro Suco agita o Distrito Federal e Entorno. Composta por Murica e Prs, os rappers apostam no autointitulado rap tropicalista, composto por um mix de rap, samba, reggae, MPB e sonoridades latinas, embalados pelos beats do DJ MK. “Defino meu trabalho como poesia, eu gosto de ter algo a dizer”, conta Murica.
Além da crítica social, comum no hip-hop, as faixas da dupla também narram amor, autoconhecimento e respeito. “Caetano Veloso é uma das maiores influências, com Jorge Ben e Cazuza são os três pilares, mas gosto da cena musical brasileiro como um todo. A Tropicália inteira me influencia, além dos artistas de rap nacional que trabalham com as mensagens, tipo Síntese, Marechal e Emicida. O rock nacional também me inspira muito”, afirma Murica.
Vix Russel
Goiana radicada em Brasília, Vix Russel lançou, este ano, o EP Guias, produzido pelo DJ LM. “Comecei na poesia, amava cantar, mas nunca anotava as músicas e elas sumiam. Depois, fiz um cover no Soundcloud na época da escola e logo fiz as minhas autorais e nunca mais parei”, relembra Vix. Cantando temas que envolvem negritude, feminismo e sexualidade, a cantora passeia pelo R&B e pelo rap. “Ainda é cedo para as pessoas entenderem a proposta do meu som, pois eu só lancei um EP com seis faixas. A proposta principal agora é o rap mesclando r&b e trap, mas produzo outros tipos de sons também”, conta.