São Paulo — O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira que pode buscar criar um novo partido se decidir deixar o PSL, legenda pela qual se elegeu no ano passado, mas que vive uma disputa interna entre uma ala bolsonarista e outra que defende o presidente do partido, deputado Luciano Bivar (PE).
“O ideal, numa situação dessa, se por ventura não se chegar a um acordo, é um novo partido, que agora, segundo informações que eu tive, você pode colher as assinaturas de forma eletrônica, e eu não teria dificuldades de criar um partido nesse sentido”, disse Bolsonaro a jornalistas nos Emirados Árabes Unidos, uma das paradas de uma viagem por países da Ásia e do Oriento Médio.
Segundo Bolsonaro, a situação do PSL “é grave”. Na semana passada o partido abriu processo disciplinar contra 19 deputados do grupo bolsonarista, entre eles o filho do presidente Jair Bolsonaro e líder da legenda na Câmara, Eduardo Bolsonaro (SP), agravando ainda mais a crise interna.
A guerra interna no PSL tem como motivo velado o controle sobre o fundo eleitoral que a legenda –um partido nanico até a eleição do ano passado e que hoje tem a segunda maior bancada da Câmara dos Deputados– terá à disposição na eleição municipal do ano que vem, da ordem de 200 milhões de reais.
Segundo Bolsonaro, boa parte da bancada parlamentar do PSL foi eleita graças a ele, e o presidente questionou a ala da legenda que, depois de se beneficiar de seu apoio no pleito do ano passado, agora “mudou de lado”.
“Como estão as coisas, tem um advogado nosso que está buscando uma maneira legal de resolver a situação. O ideal no momento seria separar… cada um segue o seu destino”, afirmou, reiterando que também pode ficar sem partido.
“Todas as cartas estão na mesa. Por enquanto eu não pretendo, mas eu nunca saltei de paraquedas sem um paraquedas reserva, então essa possibilidade sempre vai existir.”