O governador em exercício do DF, Paco Britto (Avante), assinou, na noite desta quinta-feira (9) decreto autorizando o reajuste de R$ 0,50 nas passagens de ônibus e metrô no Distrito Federal a partir de segunda-feira.
Em coletiva de imprensa na tarde de ontem o secretário de Transporte e Mobilidade do Distrito Federal, Valter Casimiro, informou o reajuste nas tarifas dos transportes do Distrito Federal. O reajuste será de 10%, ou seja, um aumento de R$ 0,50 reais nas passagens de ônibus e também nas de metrô. Além disso, de acordo com o secretário já na segunda-feira o novo valor deve entrar em vigor.
O aumento da tarifa é decorrente da inflação. O valor que a população deverá pagar equivale a 10% e o resto da tarifa de 16,19% a secretaria absorve no custo de tarifa técnica. “Infelizmente o reajuste é colocado no contrato para você utilizar toda a parte de acréscimo de preços (pneu, combustível) que tenha ao longo do tempo. Desde 2017 que esse reflexo desses aumentos não foram passados para a tarifa do usuário”, explicou Valter. “Independente de ter qualquer aumento na questão de quantidade de ônibus, isso é contratual e é preciso ser incorporado. Então o governo não quis repassar todo o valor para a tarifa do usuário porque sabe que é importante valorizar o transporte coletivo”, frisou.
A partir de agora os ônibus circulares (como os que levam os passageiros de Gama e Santa Maria aos terminais do BRT) passam a custar R$ 3. Os coletivos de ligações curtas, que fazem trajetos como Guará-Plano Piloto, R$ 4 nas passagens. O bilhete do Metrô deixaria de custar R$ 5 reais para custar R$ 5,50. Nos trajetos longos e de integração dos ônibus também haverá reajuste.
Dívidas: O subsídio em 2019 chegou ao patamar de 700 milhões, então quando você faz a correção natural do contrato que está previsto em contrato tem que prever também um aumento dessa despesa para poder cobrir a questão de todo o custo do transporte na questão da tarifa técnica. Se eu não faço reajuste na tarifa é preciso colocar mais orçamento na para poder aumentar o subsídio que é pago pelo governo”, explicou o secretário.
Atualmente a dívida com as empresas de ônibus, por parte da secretaria é de R$ 247 milhões. O valor foi reduzido desde o início do novo governo, que inicialmente era de 257 milhões, aproximadamente. “A gente conseguiu reduzir muito pouco e claro com essas correções que são obrigatórias de contrato o governo tem que fazer reajuste na tarifa mas conseguimos pagar nesse exercício e se a gente não faz esse aumento de tarifa você tem que conseguir mais orçamento ainda para poder aumentar o complemento tarifário”, disse Valter.
O aumento na tarifa vai diminuir a necessidade de aportar mais recursos por parte do governo. “Como nesse período todo tivemos um reajuste de 16,19% a gente está colocando a tarifa apenas 10% então eu ainda preciso colocar mais recursos que é de 6,19 para conseguir pagar todo o sistema”, ressaltou.
A passagem do transporte público do DF não sofreu reajustes desde 2017, quando a gestão de Rodrigo Rollemberg elevou os preços de R$ 2,25 para R$ 2,50 nas linhas circulares internas; de R$ 3 para R$ 3,50 nas de ligação curta; e de R$ 4 para R$ 5 nas viagens de longa distância e integração e as de metrô.
Melhorias: Desde o início da gestão, a secretaria implementou melhorias nos serviços de transporte. “Implementamos neste período algumas melhorias como a determinação da compra de ônibus com portas do lado esquerdo na EPTG, a substituição de frotas para melhorar alguma parte da frota, vamos entrar com a determinação para a aquisição de aproximadamente mais 100 ônibus para esse ano, para aumentar a oferta de serviços para o usuário. Já estamos colocando ônibus novos mas a gente sabe que há muito que melhorar no sistema e agora a determinação vem para aumentar o volume da frota para poder diminuir a lotação e aumentar a frequência desses ônibus para as cidades”, disse o secretário de transporte e mobilidade.
Para o governador em exercício do Distrito Federal, Paco Britto, qualquer reajuste na tarifa de transporte público deverá ter uma contrapartida de melhoria dos serviços por parte das empresas concessionárias. “O governo paga quase um bilhão por ano a essas empresas então tem que ter benefícios”, frisou. Paco também acredita que o serviço de mobilidade em Brasília precisa melhorar.
Além disso, o secretário declarou também que não há previsão alguma para rever as gratuidades nas passagens. “A única previsão que nós tínhamos foi encaminhada no início do ano um projeto de lei que estabelecia a possibilidade de pagamento aqueles estudantes que estudavam em escolas particulares e que [os pais] tinham uma renda superior a quatro salários mínimos para que esses também pagassem o percentual da passagem. Esse projeto não deu prosseguimento na Câmara Legislativa, então o governo não está trabalhando com esse índice de redução”, afirmou o secretário.
Fonte: Jornal de Brasília