Salas de aula, laboratórios, livros, apostilas, pessoas circulando pelos corredores. A descrição é típica de uma instituição de ensino. E, se somadas a essas características estiverem presentes também artistas de todas as vertentes, festivais de música e feiras de artesanato? Este é o campus Buritis do UniBH! Com a proposta de ser parte integrante de uma cidade reconhecida por seus diversos movimentos culturais, o Centro Universitário mantém as portas abertas durante todo ano para que a comunidade tenha acesso às mais variadas manifestações artísticas.
Marina Guedes, coordenadora de Marketing do UniBH, ressalta que a prioridade da instituição é receber eventos que estejam alinhados aos anseios, tanto da comunidade do bairro Buritis, quanto da comunidade acadêmica. “O objetivo é integrar o campus à cidade. Queremos que os belo-horizontinos vejam e sintam este espaço como parte complementar da capital”, ressalta.
Marina destaca que a equipe de captação do Centro Universitário está mapeando projetos aprovados pela Lei de Incentivo à Cultura, além de propostas de produtores culturais locais, para elaborar o calendário de eventos deste ano. “Temos muito zelo com essa curadoria, pois as atrações precisam se identificar com nossa premissa de proporcionar à comunidade opções que aliem entretenimento e arte.”
Campus aberto
O modelo de campus aberto adotado pelo UniBH é muito comum em países como Estados Unidos e Portugal. Harvard e a Universidade de Lisboa são exemplos desse conceito cultivado pelo Centro Universitário em seu campus no bairro Buritis, zona oeste de Belo Horizonte.
Um dos eventos que marcam essa concepção é o “Cultura no Café”, idealizado pelo coordenador do curso de Música da instituição, Rodrigo Borges. A proposta é envolver os alunos em eventos e programas para além das ações acadêmicas. A cada 15 dias, os estudantes se apresentam no espaço da cafeteria do Design Lab. O evento á aberto ao público e a entrada, gratuita.
Cultura no Café UniBH – Rayssa Nara Barbos — Foto: Maykel Douglas
A multi-instrumentista Rayssa Nara Barbosa, que está no 3º período de Música, foi quem inaugurou o projeto, em 2019, apresentando canções autorais de MPB. “Muitos alunos são músicos profissionais e compositores. Sentir-se parte de um campus que também tem o entretenimento como proposta é fantástico. Estamos em um ambiente que é a extensão de casa e é muito bom poder se apresentar num espaço aconchegante, com um público que participa e prestigia o talento de quem está tocando”, destaca Rayssa.
Apresentações de artistas renomados também fazem parte do calendário de atrações culturais do UniBH. Nomes como Criolo, Pato Fu, Aline Calixto, Toni Garrido, dentre outros, já se apresentaram no campus Buritis.
Fernanda Takai, vocalista da banda mineira Pato Fu, diz que foi especial tocar em um Centro Universitário, depois de 27 anos de estrada. “Revivemos um cenário do início da carreira. Quando começamos, em meados de 1993, tocávamos nas ‘calouradas’ das faculdades e universidades. Esse prazer de tocar para um público variado, com gente mais jovem que não nos conhecia e, ao mesmo tempo, para uma galera mais madura, que curte a banda desde o início, foi muito bacana”, relembra.
Para Fernanda, vivenciar eventos realizados em uma atmosfera como a que existe em um campus universitário é especial. “Estar ali é muito simbólico, seja como artista ou como público.”
De acordo com a cantora, o UniBH cumpre seu papel ao realizar eventos abertos à comunidade. “A função do campus, além de reunir pessoas de cursos diferentes e ser um local diverso, é também se fazer presente na região como entreposto de cultura e de arte. Quanto mais o Centro Universitário abrir as portas e mostrar como a instituição acolhe a arte e a expressão cultural, mais positiva será sua atuação na cidade.”
Atração semanal
Todos os sábados, o UniBH recebe a feira de arte e gastronomia. Organizada pela Associação Comercial do Bairro Buritis, os expositores são comerciantes locais que têm no evento um espaço para mostrar e comercializar seus trabalhos. A “Feirinha”, como ficou conhecida na comunidade, é ainda um ponto de encontro para que os moradores vivam intensamente a arte e a cultura do Buritis.