O confinamento da população como política preventiva para combater a COVID-19, favoreceu a expansão de outra pandemia: a econômica.
Em 2020 o Brasil sofreu umas das piores recessões dos últimos 120 anos, o Ministério da Economia projetou uma contração de 4,7% do PIB.
Muitos negócios em todo o mundo estão no dilema de continuar com suas operações com perdidas ou fechar suas portas definitivamente.
Diante desta situação crítica, algumas empresas se “mudaram” para o mundo digital, buscando a forma de sobreviver, enquanto que outras terminaram por extinguir-se.
Com a possibilidade reduzida de ir a lojas físicas, o e-commerce do varejo brasileiro aumentou consideravelmente suas vendas durante os últimos meses, favorecendo desta forma que os meios de pagamento eletrônico começaram a ser utilizados.
Somente na primeira semana do alarme sanitário, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico o comércio eletrônico aumento 180%.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) 61% dos consumidores aumentaram seu volume de compra até um 50% mais do que em períodos anteriores à quarentena, salientando a compra de alimentos e bebidas.
40% de novos usuários e somente 11% dos consumidores totais deixou de comprar em linha devido aos prazos de entrega.
Ao lhes perguntar pelos meios de pagamento que utilizam para suas compras on-line, uma entrevista especial da Boa Vista revela que 71% dos consumidores utilizaram cartões de crédito, 13% débito, 12% Boleto e somente 4% transferência bancária.
É evidente o movimento para os pagos eletrônicos impulsado pelo isolamento e impulsionado pelo processo de modernização que se está realizando desde alguns anos no sistema financeiro nacional.
Segundo a análise realizada pela empresa on-line de serviços financeiros o Melhor Trato, atualmente os vendedores têm grandes desafios para aproveitar o contexto além de:
- divulgar a biossegurança que utilizam nas entregas;
- fazer envios gratuitos;
- melhorar os prazos de entrega;
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Deveriam diversificar as opções de pago para compras por internet, levando em conta que mais de 80% da população urbana do país conta com um Smartphone mas a população bancarizada difere notavelmente de acordo com a zona, oferecendo financiamento e alternativas off-line e on-line para concretar a compra, porque muitas vezes a falta de opções de pagamento oferecidas pela empresa faz com que o consumidor potencial desista de comprar quando chega na fase final do processo.
Como diz o estado: o governo deveria investir na ampliação da infraestrutura para melhorar a conectividade, porque ela poderia trazer retornos significativos para o país fazendo com que o Brasil não fique atrasado na adoção de novas tecnologias em relação a outras economias globais.
Como conclusão, partindo da grande vantagem do Brasil: a nível regional a bancarização no país é maior e prioridade para empresas de serviços financeiros, assim como para retailers e governo.
Se a forma de responder ativamente aos novos desafios que impõe a economia digital se avalia sem deixar de lado complementos analógicos para diminuir os riscos e maximizar os benefícios, a pandemia poderia aumentar o comércio eletrônico até chegar a picos nunca antes imaginados que apesar de que não poderão evitar a recessão, sim poderiam recuperar parte das perdas econômicas sofridas e incorporar, consequentemente, o uso de meios de pago diferentes ao do dinheiro em papéis como um hábito de consumo na sociedade.
Porém para que possam competir com o dinheiro em papel, as formas de pago eletrônicas devem ser não só seguras se não também rápidas e simples, do contrário as pessoas vão continuar preferindo “quebrar” o isolamento e não fazer as compras on-line.
É assim que um vírus terminaria sendo o propulsor da transformação digital que o setor financeiro requer, convertendo esta quarentena na consolidação final do comércio eletrônico que poderia favorecer ao posicionamento do Brasil como líder no setor.
Fonte: Jornal Contábil